GUERRA

Gaza está praticamente sem sistema de saúde, alerta Médicos Sem Fronteiras

Ministério da Saúde do Hamas em Gaza relatou um "corte total de eletricidade" no hospital

Israel expande operações no sul de Gaza - Mohammed Abed/AFP

"Praticamente não resta nenhum sistema de saúde em Gaza", denunciou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira (26), após grande parte dos serviços do Hospital Nasser, onde a organização atuava, "deixarem de funcionar" devido ao conflito entre Israel e o Hamas.

"A capacidade cirúrgica do hospital Nasser", a maior estrutura de saúde de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, é "quase inexistente" e "o pouco pessoal médico que permanece no hospital precisa trabalhar com cada vez menos material médico", lamentou a MSF em um comunicado.

O Ministério da Saúde do Hamas em Gaza relatou um "corte total de eletricidade" no hospital, que obrigou a paralisação de todos os equipamentos médicos, "incluindo os respiradores".

Nos últimos dias, a maior parte do pessoal do hospital fugiu, e milhares de pessoas que se refugiaram lá, mas entre 300 e 500 pacientes gravemente feridos não puderam ser evacuados, disse a MSF.

"Com o Hospital Nasser e o Hospital Europeu fora de serviço, praticamente não resta nenhum sistema de saúde em Gaza", disse Guillemette Thomas, coordenadora médica da MSF, acrescentando que "todo o sistema de saúde está fora de serviço" no território.

Apenas oito dos 36 hospitais abertos antes da guerra estão agora funcionando "parcialmente" em Gaza, de acordo com a MSF. No sul, onde se concentra a ofensiva israelense, especialmente em Khan Yunis, "todos estão saturados ou inacessíveis", acrescentou.

O conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas causaram a morte de cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.

As ações de retaliação, com bombardeios incessantes e ações terrestres em Gaza, deixaram até o momento 26.083 mortos, na maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do território.