Mundial de surfe começa com Filipe Toledo buscando o tri
Brasileiro tenta um terceiro título seguido, feito que não é alcançado há 20 anos; no feminino, país terá duas atletas na disputa
Filipe Toledo tinha apenas 9 anos quando o havaiano Andy Irons conquistou, em novembro de 2004, o tricampeonato mundial de surfe. Vinte anos se passaram e nenhum outro surfista conseguiu, desde então, vencer três títulos seguidos.
Oportunidade que Filipe, bicampeão em 2022 e 2023, terá nesta temporada. O circuito mundial começa a partir de hoje (15h, com transmissão no SporTV3 e Globoplay), em Pipeline, no Havaí, justamente o palco onde Irons mais costumava brilhar, e termina em setembro, em Trestles, na Califórnia, onda em que Filipe mostra-se praticamente imbatível.
— A expectativa é boa, venho de dois anos bons. Apesar de sacrificar muita coisa, foram anos leves, divertidos, pude aproveitar bastante meus amigos, a família, os lugares, e surfei leve e feliz. Me traz combustível e vontade de ir e defender esses dois títulos, quem sabe não é um ano histórico com o tricampeonato e uma medalha olímpica — disse Filipe em entrevista ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).
O possível tricampeonato de Filipe ou o título de algum dos outros oito brasileiros no circuito, entre eles Gabriel Medina e Italo Ferreira, que já possuem taças no currículo, igualaria um recorde no mundo do surfe. O Brasil tem no momento cinco títulos seguidos (os dois de Filipe, dois de Medina e um de Italo), uma conquista apenas atrás da maior marca seguida, que pertence à Austrália, que dominou o circuito mundial de 1979 a 1984, com seis vitórias.
Chumbinho fora
Samuel Pupo, que caiu do circuito no corte do meio do ano passado, está de volta, assim como Deivid Silva, que retorna após ficar fora da temporada de 2023. Irmão mais velho de Samuel, Miguel Pupo está recuperado de grave lesão sofrida na etapa portuguesa do ano passado e é outro reforço entre os brasileiros.
Número 7 no ranking e vencedor da etapa de Saquarema em 2023, Yago Dora será o primeiro a estrear, contra o sul-africano Matthew McGillivray e o americano Kade Matson. Filipe terá pela frente Samuel Pupo e o convidado havaiano Shion Crawford.
Segundo melhor brasileiro no ano passado, com uma quarta posição no ranking que o classificou para os Jogos Olímpicos de Paris, João Chianca está fora das duas primeiras etapas, em Pipeline e Sunset (também no Havaí). Ele será substituído pelo marroquino Ramzi Boukhiam.
Chumbinho, como é conhecido, ainda se recupera de um acidente surfando justamente em Pipeline, no começo de dezembro. O surfista de 23 anos caiu em uma onda, bateu com a cabeça no fundo de corais e foi resgatado desacordado. Depois de passar dias internado em um hospital no Havaí, ele ainda passa por processo de fisioterapia no Brasil.
Reforço no feminino
Entre as mulheres, o Brasil ganhou um reforço de última hora. Com a saída da australiana Stephanie Gilmore, que anunciou que vai tirar um ano sabático para retornar às competições em 2025, Luana Silva, que era a primeira substituta, vai disputar o circuito. O Brasil voltará a ter duas surfistas na elite — a outra é Tatiana Weston-Webb — pela primeira vez desde 2019.
Além de Stephanie, dona de oito títulos mundiais, a havaiana pentacampeã Carissa Moore também anunciou que vai deixar o circuito — ela, porém, vai disputar o campeonato em Pipeline e a etapa do Taiti.