Vai ficar mais caro usar Airbnb no exterior? App passará a cobrar taxa por conversão de moedas
Com a nova cobrança adicional, a taxa de serviço ao hóspede pode chegar a até 16,5%. Acréscimo pode gerar até US$ 500 milhões de lucro adicional em 2025
O Airbnb planeja cobrar uma taxa adicional de até 2% aos hóspedes que pagarem em uma moeda diferente do que o imóvel é anunciado na plataforma a partir de 1º de abril.
A ação faz parte de uma estratégia da empresa para impulsionar o aumento de suas receitas à medida que amplia sua presença em novos mercados internacionais.
Com a nova cobrança, a taxa de serviço ao hóspede poderia chegar a até 16,5% do subtotal, sem incluir os impostos. Os anfitriões também podem optar por cobrar uma taxa de limpeza, o que tem causado reclamações de alguns hóspedes, que consideram a medida excessiva.
"De tempos em tempos, ajustamos nossas taxas para melhor alinhá-las ao valor que oferecemos", disse a empresa por e-mail aos usuários na quarta-feira.
Aumento do lucro
A mudança pode gerar cerca de US$ 200 milhões a US$ 500 milhões em lucro adicional para o Airbnb em 2025, de acordo com Kevin Kopelman, analista da TD Cowen. Embora o vento favorável possa ser compensado se os usuários passarem a pagar em moeda local no caixa, ainda pode haver um impacto de um dígito no Ebitda de 2025, escreveu Ken Gawrelski, analista do Wells Fargo, em nota.
"Às vezes fazemos alterações para nos dar flexibilidade para oferecer e avaliar novos produtos, recursos e políticas, incluindo taxas", disse Sam Randall, porta-voz do Airbnb, em comunicado separado à Bloomberg.
Ele acrescentou:
"A atualização da taxa de serviço é um exemplo de como possibilitamos a capacidade de alinhar nossa plataforma com as práticas do setor e não está previsto que afete a maioria de nossos hóspedes, já que as transações em moedas cruzadas representam uma porcentagem menor das reservas", ele disse.
As ações do Airbnb saltaram 5,3%, para US$ 149,62 no fechamento de sexta-feira, o valor mais alto desde 31 de julho.
O CEO Brian Chesky passou o ano passado fazendo da acessibilidade uma de suas principais prioridades para atrair mais usuários para a plataforma. A empresa registou um crescimento lento nas reservas e nas receitas após o boom das viagens no pós-pandemia.
Agora, a empresa quer se concentrar na expansão em mercados internacionais pouco penetrados, como a América Latina e a região Ásia-Pacífico. No terceiro trimestre, as reservas internacionais aumentaram 17% em relação ao ano anterior, informou a empresa.