Empregos

Marinho cita desaceleração no 2º semestre entre causas para emprego não chegar a 2 milhões

Número ficou abaixo do que havia sido projetado pela pasta em novembro

Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho - Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta terça-feira, 30, que a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre contribuiu para que 2023 fechasse com saldo líquido de 1.483.598 postos formais de trabalho no ano passado, número que, apesar de positivo, ficou abaixo do que havia sido projetado pela pasta em novembro.

"Houve uma desaceleração no segundo semestre. Se a economia tivesse acelerado, ia ser maior a contratação", afirmou o ministro. "Temos um problema de déficit muito grande, que vem, em grande parte, herdado do último ano do governo Bolsonaro."


Em relação ao resultado negativo do mês de dezembro, Marinho pontuou que, costumeiramente, o período não costuma ser o melhor do ano, de acordo com a série histórica do Cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Segundo ele, dezembro costuma ser um período de término de contratos, sobretudo nos campos da Educação e da Saúde. "Dezembro é o mês em que as empresas fazem a rescisão e tem também os Estados, principalmente educação e saúde, que acabam rescindindo o contrato, o que é uma aberração ao meu ver", disse

Marinho salientou que a pasta se surpreendeu negativamente com os resultados de setembro, outubro e novembro. Ele citou como desafios para o mercado de trabalho o alto patamar de juros, o alto endividamento, que influencia na renda, e um possível aumento da informalidade no setor da agricultura.

"Quanto mais o mercado for formal, dará mais segurança para os trabalhadores", disse o ministro. "Há uma rotatividade extravagante no mercado de trabalho. Está muito flexível para uma economia como a do Brasil", acrescentou.

No final de novembro, o ministro havia mantido a projeção de terminar o ano com saldo positivo entre 1,9 milhão e 2 milhões de vagas. Na ocasião, ele havia dito que estava "difícil calibrar" o resultado de dezembro.