Países da UE recebem pedido de inventário detalhado da ajuda militar à Ucrânia
Os governantes europeus participarão na quinta-feira (1) em uma reunião extraordinária em Bruxelas para discutir o aumento da ajuda à Ucrânia
A União Europeia (UE) pediu aos países do bloco que apresentem um inventário completo de seu apoio militar à Ucrânia, para tentar reforçar a ajuda no momento em que o Exército ucraniano enfrenta uma grave falta de munições.
"É importante esclarecer a situação e saber onde estamos, e onde estaremos em março e no fim do ano", afirmou o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, antes de uma reunião de ministros da Defesa da UE.
Os países da UE assumiram o compromisso no ano passado de fornecer um milhão de projéteis à Ucrânia até ao fim de março de 2024, mas vários ministros admitiram que o objetivo está fora de alcance.
"Alcançar esta meta levará um pouco mais de tempo", disse a ministra neerlandesa da Defesa, Kajsa Ollongren.
Os europeus entregaram quase 300.000 projéteis e terão uma capacidade de produção em 2024 de outros 1,4 milhão, afirmou o comissário europeu de Mercado Interno, Thierry Breton, responsável pela indústria da defesa.
Mas grande parte da produção é exportada para países terceiros, como admitiu esta semana uma fonte europeia que pediu anonimato.
O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, e os primeiros-ministros Mark Rutte (Países Baixos), Kaja Kallas (Estônia), Petr Fiala (República Tcheca) e Mette Frederiksen (Dinamarca) pediram aos europeus que "redobrem os esforços" para que o apoio militar à Ucrânia dure "enquanto necessário".
"Devemos encontrar formas de acelerar a entrega de munições prometidas à Ucrânia", escreveram em um texto conjunto publicado no jornal Financial Times.
Borrell já propôs uma reforma do Fundo Europeu de Apoio à Paz, um instrumento utilizado pelos europeus para ajudar a Ucrânia, com a meta de reforçar os pedidos à indústria com "pedidos conjuntos".
Os ministros também discutirão um aumento no orçamento de ajuda militar à Ucrânia. Para isto, Borrell propôs uma contribuição adicional de 5 bilhões de euros (26,8 bilhões de reais).