Cultura

120 anos de Capiba e Edgard Moraes são celebrados em exposição na Fundaj

Mostra vai contar com peças do acervo fonográfico do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra)

Material exibido na mostra faz parte do acervo do Cehibra - Divulgação/Fundaj

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio da Coordenação-Geral do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), vinculada à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), promove a exposição “Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo”, a partir desta quarta-feira (31).

Está será a primeira de seis exposições que serão realizadas ao longo do ano, todas montadas com base no acervo fonográfico da Fundação Joaquim Nabuco. A presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, destaca que ações como esta enfatizam o compromisso da Fundação com a valorização da cultura de Pernambuco e do Nordeste.

Coordenadora-geral do Cehibra, Nadja Tenório, explica sobre a iniciativa de fazer mostras semelhantes a cada dois meses. "Temos um projeto para a Sala de Leitura Nilo Pereira no qual a cada dois meses vamos apresentar uma exposição com itens da fonoteca, que é um acervo muito rico que nós temos, com música, com partituras. Então, nós vamos destacar um maestro, um compositor, um músico. Agora, como vai acontecer o Carnaval, começamos a primeira exposição homenageando os 120 anos do nascimento de Capiba e Edgard. Dessa forma, vamos estar sempre levando novos acervos para que as pessoas conheçam um pouco mais."

Reunindo capas de discos, um boneco de Capiba, partituras e curiosidades sobre os dois ícones da cultura musical e carnavalesca, a mostra vai estar aberta ao público na Sala de Leitura Nilo Pereira, no Campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby. A abertura, no dia 31 de janeiro, acontece às 18 horas. Em seguida, a partir de 1° de fevereiro, a exposição ficará aberta ao público de 9h às 17h, entre segunda e sexta-feira. 

Homenageados
Ambos nascidos em 1904, Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, e Edgard Moraes deixaram um legado musical imenso. Compositor versátil, Capiba transitou por vários gêneros e se destacou com frevos e maracatus inesquecíveis. 

Capiba era natural de Surubim, nascido no dia 18 de outubro de 1904. Compositor versátil, autor de mais de 200 músicas, foi funcionário do Banco do Brasil enquanto inscrevia suas composições em festivais de música popular. Suas composições abrangem vários gêneros, desde valsas, sambas, frevos e maracatus, passando por serestas e guarânias e chegando até obras eruditas. Iniciou sua carreira em 1931 compondo Valsa verde, mas se destacou mesmo nas composições de frevo, a exemplo de É de amargar (1934), primeiro lugar no concurso promovido pelo Diario de Pernambuco, tornando-se um dos frevos mais tocados na história pernambucana. 

Já Edgard, o eterno folião, fundou vários blocos e compôs frevos cheios de lirismo e saudade. Ele inclusive, é tema central de um documentário disponível no canal da Fundaj no Youtube, intitulado “Edgard Moraes - compositor de todos os carnavais”. O filme narra sua trajetória até os dias atuais, com a permanência do coral criado em 1987, por suas filhas e netas, e batizado com o seu nome.

Nascido no Recife em primeiro de novembro de 1904, Moraes iniciou seus estudos musicais com seu irmão mais velho, Raul de Moraes e foi um dos grandes foliões de Pernambuco, sendo conhecido como “general de cinco estrelas” da folia. O ano de 1923 é considerado o marco de início de suas composições carnavalescas, uma delas para o bloco Jacarandá, do qual foi um dos fundadores. A partir daí, fundou diversos outros blocos, como Pirilampos, Turunas de São José, Lobos de Afogados, Camponeses em Folia, Corações Futuristas etc.

As informações sobre os homenageados fazem parte de pesquisa feita pela servidora da Fundação Joaquim Nabuco Elizabeth Carneiro, que atua na Fonoteca da Instituição Federal.

Acervo
Todo o material exibido na Mostra faz parte do acervo fonográfico do Cehibra, o maior do Nordeste, fundado em 1981 e contando com cerca 16 mil discos de 78 rotações, 6 mil LPs, 3 mil fitas K7, 4 mil CDs, além de materiais como igualmente importantes como peças gráficas e encartes. 

O acervo passa por constante processo de digitalização, no qual, além de torná-lo ainda mais acessível para pesquisadores e entusiastas, é também uma ação essencial para sua preservação da nossa história e cultura.

Serviço
Exposição Capiba e Edgard Moraes: 120 anos de frevo
Local: Sala de Leitura Nilo Pereira, Rua Henrique Dias, 609, Derby
Período: Entre 31/1/2024 e 29/02/2024
Horário: Abertura às 18h e, em seguida, de 9h às 17h, entre segunda e sexta-feira.
Entrada: Gratuita