Parados nos anos 90? Governo do Japão anuncia fim do uso de disquetes
Cerca de 1900 instituições do governo local ainda eram obrigadas a usar a mídia de armazenamento para guardar dados oficiais; 34 leis foram alteradas para não exigir mais disquetes
O governo do Japão anunciou nesta semana que está oficialmente abandonando, em 2024, os disquetes e CD-ROMs. País conhecido por diversos avanços tecnológicos e recursos disruptivos, o Japão ainda tinha diversas leis que exigiam o uso de mídias físicas para envio de documentos em setores como mineração e regulamentação de aeronaves.
O ministro da Transformação Digital do Japão, Taro Kono, anunciou a "guerra aos disquetes" em agosto de 2022. Antes das recentes mudanças, cerca de 1.900 procedimentos governamentais exigiam o uso de formatos de disco rígido como disquetes, CDs e MiniDiscos.
Kono anunciou a intenção de alterar os regulamentos para apoiar envios on-line e armazenamento de dados em nuvem, alterando os requisitos que foram pensados e aprovados há muitas décadas, segundo o jornal local SoraNews24. Os disquetes foram criados no final da década de 1960, mas já estavam em desuso cerca de três décadas mais tarde, graças a soluções de armazenamento mais eficientes.
Além disso, a baixa capacidade de armazenamento, em comparação com tecnologias mais recentes, dificultou a vida da ferramenta. Como comparação, mais de 20 mil disquetes seriam necessários para armazenar dados de um cartão de memória que armazena 32 GB de informações, considerado um item com capacidade “média”.
Em 22 de janeiro, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) anunciou que alterou 34 regulamentos para erradicar os requisitos de disquetes. O anúncio cita que “muitas disposições do governo japonês que estipulam o uso de mídias de gravação específicas, como disquetes, em relação aos métodos de aplicação e notificação”, assim como “situações que estão dificultando a implementação online de procedimentos”.
Esta, no entanto, não é a primeira vez que o Japão é manchete por conta de hábitos (que envolvem tecnologia) considerados antiquados. Explicações como baixa alfabetização digital e “cultura burocrática” foram utilizadas para justificar a manutenção dos aparelhos.
A medida pretende fazer com que o “legado” do dispositivo, em formato quadrado característico, possa ser lembrado apenas pelo tradicional ícone “salvar”