Brasil

Com alta da dengue no país, Nísia diz que vai reforçar atuação coordenada com estados e municípios

Foram 232.990 casos identificados no país nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, aumento de 252%

Nísia Trindade - Joédson Alves/Agência Brasil

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou na manhã desta quinta-feira (1°) a criação de um centro de operações de emergência de combate à dengue para coordenar as ações entre estados municípios e ministérios. O alastramento da doença vem preocupando o governo, já que os números superam significativamente os do ano passado.

O anúncio foi feito pela ministra durante a 1ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite, na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS).

— Antes de um quadro de preocupação e para que possamos agir de uma forma mais célere, organizando o sistema de saúde e as ações de vigilância, o Ministério da Saúde decidiu estabelecer um centro de operação de emergências para coordenar e fazer essas ações em conjunto com os estados e municípios e a também aos outros ministérios importantes nesse momento — explicou Nísia Trindade.

Com os números da dengue crescendo por todo o país, o Distrito Federal (DF) é a unidade de Federação com maior incidência da doença — 1.108,8 casos a cada 100 mil pessoas — , e conta até com a ajuda de militares do Exército treinados para atuar no combate ao mosquito transmissor do vírus.

Os números refletem uma alta nacional, que preocupa autoridades. Foram 232.990 casos identificados no país nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, período que foi até o último dia 27, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, consultados nesta quarta-feira. No mesmo período em 2023, foram registrados 65.366, o que revela um crescimento de 252% da doença.

Nas quatro primeiras semanas do ano, o DF já registrou 31.236 casos prováveis da doença, um aumento superior a 1.000% em relação a 2023, além de sete óbitos confirmados, segundo dados da pasta da Saúde. O número faz a capital ter uma incidência de casos dez vezes maior do que a média nacional, que é de 120 a cada 100 mil pessoas.