Gaza

Homem faz reféns em Istambul em protesto contra ofensiva israelense em Gaza

A corporação informou que não está claro quantas pessoas eram mantidas reféns no local, ao leste da maior cidade da Turquia

Parte Sul de Gaza - Jack Guez / AFP

Um indivíduo que diz "agir por Gaza" mantém como reféns vários funcionários de uma fábrica da empresa americana Procter & Gamble (P&G) nos arredores de Istambul, anunciou a polícia turca nesta quinta-feira (1).

A corporação informou que não está claro quantas pessoas eram mantidas reféns no local, ao leste da maior cidade da Turquia, e afirmou que o indivíduo justificou sua ação como uma denúncia das operações militares israelenses em Gaza.

"Os trabalhadores foram retirados da fábrica da P&G em Gebze; sete funcionários permanecem como reféns. O chefe é responsável por sua segurança", escreveu o sindicato Umut-Sen em uma mensagem postada na rede social X.

Um porta-voz da P&G declarou que estão "colaborando com as autoridades locais para resolver esta situação de segurança urgente".

Uma foto tirada por veículos turcos, cuja autenticidade a AFP não pôde verificar, mostra um homem com o rosto parcialmente coberto com um keffiyeh (lenço palestino), com explosivos presos com fita adesiva no corpo e segurando o que parecia ser uma pequena pistola na mão direita.

Uma parede atrás dele, debaixo de duas bandeiras - uma turca e outra palestina - exibia a inscrição "Por Gaza" em vermelho.

A imprensa local também difundiu imagens de carros da polícia bloqueando o acesso à fábrica da Procter & Gamble, onde trabalham cerca de 500 pessoas em vários turnos.

Críticas de Erdogan
A emissora de TV Habertürk informou que vários familiares dos reféns estavam presentes perto da fábrica.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou em várias ocasiões o apoio dos Estados Unidos a Israel, ao qual qualificou de Estado "terrorista" e "genocida" por sua guerra na Faixa de Gaza contra o movimento islamista palestino Hamas, que governa o território.

O conflito foi desencadeado pelo sangrento ataque dos milicianos do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, no qual morreram 1.163 pessoas, a maioria civis, segundo novo balanço realizado pela AFP com base nos últimos dados oficiais israelenses, divulgados nesta quinta-feira.

Os combatentes também sequestraram cerca de 250 pessoas. Israel afirma que 132 continuam retidas em Gaza, das quais 29 estariam mortas.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva que deixou mais de 27.000 mortos na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Chamados ao boicote de produtos americanos, como os da Coca-Cola ou da cafeteria Starbucks, também proliferaram na Turquia desde o início do conflito.

No começo de novembro, a polícia turca precisou dispersar com bombas de gás lacrimogêneo uma manifestação pró-palestina em frente a uma base militar que abrigava forças americanas, horas antes de uma visita a Ancara do chefe da diplomacia americana,  Antony Blinken.

Nos primeiros dias da guerra, vários manifestantes se reuniram em frente à embaixada dos Estados Unidos em Ancara e seu consulado em Istambul. Nestas cidades costumam ser organizadas manifestações em apoio aos palestinos.