México

"É mais do mesmo", México critica plano dos EUA sobre fechamento de fronteira

O projeto de lei está sendo negociado entre um grupo de congressistas republicanos e funcionários governamentais

Bandeira do México - Andrea Hernández / Pexels

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, criticou, nesta quinta-feira (1º), um projeto de lei dos Estados Unidos que autorizaria o governo a fechar a fronteira binacional se a situação migratória estiver em colapso.

"É mais do mesmo, não querem ir ao fundo" da questão, disse López Obrador em sua entrevista coletiva habitual, ressaltando que a "manipulação" em torno dos temas migratório e do tráfico de drogas é uma constante nos Estados Unidos em tempos eleitorais.

O projeto de lei está sendo negociado entre um grupo de congressistas republicanos e funcionários governamentais, no momento em que a crise migratória está no centro da agenda eleitoral e quando se vislumbra uma revanche pela Casa Branca entre o atual presidente Joe Biden e seu antecessor Donald Trump em novembro.

As negociações partidárias têm como objetivo salvar o pacote de ajuda à Ucrânia solicitado por Biden ao Congresso, mas que os conservadores condicionam a um endurecimento da política migratória diante dos números recorde de imigrantes e solicitantes de asilo interceptados na fronteira de 3.200 km.

"Por que se ajuda com gasto bélico, com bilhões de dólares nas guerras, e não podem destinar recursos para o progresso, para o bem-estar das populações pobres?", questionou o presidente mexicano, ao reiterar que a migração ilegal somente pode ser contida se suas causas forem resolvidas.

"Imaginem o que é fechar a fronteira! Quanto tempo pode durar fechada? Prejudica os dois países. Não é uma opção, uma alternativa", apontou o governante mexicano, que mantém boas relações tanto com Biden quanto com Trump, a quem chama de "amigos".

Biden apoia o acordo bipartidário, assinalando que se trata do "conjunto de reformas mais duras e justas para garantir a segurança" do território limítrofe que "já" foram adotadas nos Estados Unidos.

Em contrapartida, Trump, que chegou a afirmar que os migrantes "envenenam o sangue" dos Estados Unidos, se opõe ao plano alegando que não vai apoiar nada que beneficie a "traição de fronteiras abertas" que ele atribui a Biden.