Incêndios florestais provocam retirada de moradores no centro do Chile
Desde a última quarta-feira (31), as temperaturas se aproximam dos 40ºC na zona central do Chile
Uma grande coluna de fumaça era vista nas zonas turísticas do centro do Chile, incluindo Viña del Mar e Valparaíso, onde iniciou nesta sexta-feira (2) um incêndio florestal que ameaçava centenas de residências e levou à retirada de moradores.
Equipes de emergência combatiam 10 focos que afetavam desde as últimas horas as regiões de Valparaíso e O'Higgins, no centro do país, além de Maule, Biobío, La Araucanía e Los Lagos, no sul, segundo autoridades.
Não foram divulgados relatos de vítimas, residências queimadas nem o número de pessoas retiradas. Apenas em Valparaíso, o fogo consumiu 480 hectares, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).
Montanhas e colinas ardiam no fim da Rota 68, por onde milhares de turistas saíram hoje rumo às praias do Pacífico, segundo imagens publicadas em redes sociais por pessoas que ficaram bloqueadas nas estradas alternativas.
“Nunca vi nada igual, isto é muito angustiante, porque deixamos nossa casa, mas não podemos avançar. Todos tentam sair e é impossível se deslocar", contou a administradora Yvonne Guzmán, 63, que deixou sua casa em Quilpué, a cerca de 90 km de Santiago. "Recebemos o alerta pelo celular e depois começou a cair uma chuva de cinzas ardentes”, contou Yvonne por telefone, enquanto recebia mensagens de vizinhos anunciando que as chamas aproximavam-se de sua casa.
Desde a última quarta-feira, as temperaturas se aproximam dos 40ºC na zona central do Chile, onde fica Santiago, aumentando o risco de incêndios. O Ministério dos Transportes decidiu hoje bloquear totalmente o trânsito devido à visibilidade reduzida pela fumaça na Rota 68, que vai de Santiago a Valparaíso.
“Esses eventos são cada vez mais recorrentes, por isso vemos anualmente recordes históricos de temperatura", disse ao canal de TV CNN Chile Pablo Lobos Stephani, gerente de proteção contra incêndios da Conaf.
Uma onda de calor com máximas de temperatura atingia nos últimos dias o Cone Sul americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global causado pela atividade humana, segundo especialistas.