ARTE

Pintura de René Magritte pode ser arrematada por R$ 318 milhões em leilão

Venda de obra renomada marca o centenário do Manifesto Surrealista

L'ami intime (O Amigo Íntimo), de René Magritte - Foto: Christie's/Divulgação

Uma importante obra do pintor surrealista belga René Magritte, vai ser leiloada em março e poderá ser arrematada por US$ 64 milhões, cerca de R$ 318 milhões. A pintura, que não é exibida ao público desde 1998, vai a leilão pela primeira vez desde 1980.

A casa de leilões Christie's anunciou que oferecerá “L'ami intime” (O amigo íntimo) em uma venda no dia 7 de março, em Londres. Segundo a instituição, a obra estará exposta em suas galerias em Los Angeles, Nova York e Hong Kong ao longo do mês de fevereiro.

A inclusão da pintura neste leilão tem o objetivo de coincidir com o centenário do Manifesto Surrealista, documento publicado pelo escritor francês André Breton em 1924, que deu início a esse movimento artístico.

Magritte, que morreu em 1967, continua sendo um dos artistas surrealistas mais importantes e reconhecidos até hoje. Sua obra mais famosa, a pintura de um cachimbo intitulada “Isto não é um cachimbo” é um símbolo do Surrealismo.

Segundo a revista Outlook, a pintura que será leiloada em março pertence ao acervo do jornalista já falecido Gilbert Kaplan, fundador da revista Institutional Investor, e de sua esposa, Lena Kaplan.

Olivier Camu, vice-presidente de arte impressionista e moderna da Christie's, disse à Associated Press que a pintura “altamente poética e sonhadora” está entre as poucas obras mais importantes de Magritte em mãos privadas.

“Magritte nunca explicou nada”, disse Camu – até os títulos de suas pinturas foram sugeridos por amigos. “Nunca houve nenhum sinal de religião em Magritte, ou de história particular, ou qualquer coisa”, acrescentou ele. “São imagens totalmente conceituais, limpas, poderosas, perturbadoras, maravilhosas e silenciosas. Eles são acessíveis a todos.”

Em março de 2022, uma outra pintura de Magritte foi vendida por cerca de R$ 372 milhões em outro leilão na capital britânica. O valor pelo qual "L'empire des Lumières" (O império das luzes) foi arremata marcou o recorde para uma obra do artista surrealista belga.