Joe Biden

Biden acusa Trump de transformar crise migratória "em arma"

O endurecimento da política migratória era uma condição dos republicanos para a aprovação de mais recursos para a Ucrânia

Joe Biden - Jim Watson / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou seu antecessor Donald Trump de tentar "transformar em arma" a crise migratória, e pediu que os congressistas aprovem um pacote de 118 bilhões de dólares (R$ 586 bilhões) para deter a imigração e ajudar a Ucrânia.

No último domingo foi divulgado um pacote legislativo negociado por senadores republicanos e democratas com o governo Biden, que permite restringir o fluxo de imigrantes na fronteira.

O endurecimento da política migratória era uma condição dos republicanos para a aprovação de mais recursos para a Ucrânia e de uma ajuda para Israel, incluídos no pacote.

Mas a linha-dura dos conservadores, muito influenciados por Trump, grande favorito à indicação presidencial republicana, é contrária ao texto.

"Por quê? Por uma simples razão: Donald Trump. Porque Donald Trump pensa que é ruim para ele politicamente. Portanto, embora ajude seu país, ele não é a favor, prefere transformar esse problema em uma arma, em vez de resolvê-lo", disse Biden durante discurso na Casa Branca.

"Nas últimas 24 horas, ele não fez nada, disseram a mim, exceto procurar os republicanos da Câmara e do Senado, ameaçá-los e tentar intimidá-los. Parece que estão cedendo. Francamente, eles devem mostrar alguma coragem ao povo americano e fazer o que sabem que é o correto", acrescentou.

A outra grande preocupação de Biden é a Ucrânia, uma vez que, sobre Israel não há divergências. "O tempo urge" para os ucranianos, advertiu.

"Não podemos sair agora. Essa é a aposta de Vladimir Putin", disse Biden. "Apoiar esse projeto de lei é enfrentar Putin. Ser contrário faz o jogo dele."

Em um desafio ao governo, a Câmara dos Representantes votará hoje um pacote de 17,6 bilhões de dólares (R$ 87 bilhões) para Israel, deixando a Ucrânia de fora.

Para ser aprovado, o projeto deve ser votado pela Câmara e o Senado, e, depois, promulgado pelo presidente. Os democratas, no entanto, anunciaram que votarão contra o texto, e Biden disse que irá vetá-lo.