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Líderes se irritam com falta de pagamento de emendas da Saúde, e Lira pede explicações à ministra

Reclamação se soma a veto de emendas de comissão, em meio aos atritos entre Executivo e Congresso

Arthur Lira na Câmara dos Deputados - Zeca ribeiro/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou um pedido de explicações para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre critérios para o pagamento de emendas parlamentares pela pasta. A solicitação ocorreu em meio à irritação de líderes com a falta de cumprimento de acordos entre o Executivo e o Congresso.

De acordo com aliados de Lira, o Planalto havia prometido o repasse de R$2 bilhões em emendas de saúde, mas R$300 milhões foram pagos.

Líderes do Centrão avaliam que a diferença de valores contribuiu para o cenário conturbado na Câmara, insatisfeita também com o veto do presidente Lula a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão e ao calendário de execução das emendas na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Ontem, Lira disse que o orçamento não pode ser exclusivo “de uma burocracia técnica que apesar do preparo, não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta sola de sapato percorrendo os pequenos municípios”. Integrantes do governo avaliaram a fala foi uma indireta não apenas ao Planalto, mas a equipe econômica do governo.

Parlamentares governistas reconhecem que acordos foram quebrados.

– O governo tem que cumprir os compromissos assumidos, por isso pedimos explicações sobre as emendas da Saúde – disse o líder do PDT, Afonso Motta

Deputados da base reconhecem ainda que há problemas na interlocução e que a atuação do presidente Lula para distensionar o clima será necessária.

Lira cortou o diálogo com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela interlocução do governo com o Legislativo. Os dois não se falam desde o fim do ano passado.