Nova proposta de cessar-fogo do Hamas prevê três fases com duração de 45 dias cada; entenda
Esboço foi desenvolvido durante reunião em Paris nas últimas semanas; Catar afirmou estar "otimista" e disse que as negociações seguirão
O grupo terrorista Hamas deu um sinal positivo sobre a nova proposta de trégua na guerra com Israel na Faixa de Gaza, segundo anunciou o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdul-Rahman, que intermedeia as negociações ao lado dos Estados Unidos e do Egito. Segundo com um documento preliminar divulgado pela agência Reuters, a contraproposta do Hamas prevê três fases com duração de 45 dias cada.
Na primeira fase, o Hamas cita o recuo das forças aéreas israelitas de zonas habitadas da Faixa de Gaza. O movimento permitiria a entrada de mais ajuda humanitária e o início da reconstrução de hospitais e residências, assim como a criação de acampamentos temporários.
Nesta etapa, também seriam liberadas todas as mulheres israelitas reféns, homens com menos de 19 anos, idosos e doentes em troca da libertação de mulheres e crianças palestinianas das prisões israelitas.
Já na segunda fase, todos os homens sequestrados pelo grupo terrorista seriam libertados em troca de um número ainda indefinido de prisioneiros palestinos. O momento também incluiria a retirada completa do exército israelita da região.
Na terceira e última fase, segundo o relatório, demais prisioneiros seriam libertados e corpos de reféns mortos seriam trocados entre as partes. Além disso, nesta altura do cessar fogo, o Hamas espera que os lados cheguem a um acordo definitivo pelo fim da guerra.
Segundo o gabinete de Netanyahu, a resposta foi entregue por Doha ao Mossad, afirmando que os detalhes "estão sendo minuciosamente avaliados pelos responsáveis envolvidos nas negociações".
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, confirmou o recebimento do retorno do grupo. O xeque afirmou que o Hamas fez alguns comentários, mas que no geral a resposta era "positiva". Ainda segundo o premier, ele estava "otimista".
A declaração foi feita ao lado do secretário de Estado americano, Antony Blinken, que está em sua quinta viagem ao Oriente Médio desde o início do conflito entre Israel e Hamas, para pressionar um novo acordo. Blinken pontuou que "ainda há muito trabalho a fazer".
"Mas continuamos pensando que um acordo é possível, e inclusive essencial, e vamos continuar trabalhando sem descanso para alcançá-lo." garantiu, afirmando que discutirá a proposta na quarta-feira com Israel.
Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou as exigências do Hamas como “um pouco exageradas”, sem dar mais detalhes.
O Hamas ponderou durante mais de uma semana sobre a proposta elaborada na sua ausência durante as conversações em Paris, que reuniu autoridades cataris, egípcias, isralenses e americanas. Segundo o xeque, citado pela rede de notícias catari al-Jazeera, a demora também poderia ser explicada pelo conflito travado em Gaza, que acaba afetando as comunicações.
Já Ghazi Hamad, um alto funcionário do grupo, disse à Reuters que a demora também se deve ao fato de "muitas das questões [do acordo] eram pouco claras e ambíguas". Ele também afirmou que o Hamas pretende libertar o maior número possível de palestinos detidos em prisões israelenses.