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"Será bem recebido", diz Zema sobre ida de Lula a Minas Gerais

Em visita ao estado, a previsão é que presidente se reúna com governador nesta quarta e quinta-feira

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais e candidato à reeleição - Gil Leonardi/Imprensa MG

Após encerrar sua agenda no Rio de Janeiro, o próximo passo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é ir para Minas Gerais para reunião com o governador Romeu Zema (Novo). É a primeira passagem do petista no estado desde que assumiu a presidência, de acordo com Zema, ele será bem recebido, já que ambos têm questões importantes para tratar.

— O presidente será bem recebido em Minas Gerais. Ele ganhou a eleição aqui por uma pequena margem de votos e Minas e governo federal tem de fazer muita coisa em comum. As estradas federais em Minas precisam de mais investimentos. Nós temos a questão que precisa do governo federal para ser solucionada que é darmos às pessoas que foram afetadas pela tragédia de Mariana, há 8 anos atrás, um pagamento, que até hoje setenta mil pessoas estão aguardando. Então nós temos que tratar dessas questões — disse Zema em entrevista à CNN nesta quarta-feira.

Ainda que o mineiro seja aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e faça oposição ao governo Lula, ele deixa claro que precisa do governo federal para resolver problemas do estado que estão na pauta da reunião, como o acordo de Mariana, a duplicação da BR-381, uma nova licitação das BRs 040 e 262, além da renegociação da dívida do estado.

O governador disse ainda que não teme a reação de bolsonaristas ao seu encontro com Lula e que precisa ter contato com o presidente e com todos os prefeitos de Minas, independente do partido.

— Ele é presidente e eu sou governador. Eu tenho contato com todos os prefeitos de Minas. Nós temos prefeitos de todos os partidos. Você não pode discriminar ninguém, nem abaixo, nem acima, devido a alguma questão partidária. Ele vai em Minas e eu não vou recebê-lo? — disse à CNN.

Lula desembarca em Belo Horizonte nesta quarta-feira, depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, o petista fechará o mês de fevereiro passando pelos três maiores colégios eleitorais do país e dividindo agendas com governadores bolsonaristas.

Em Minas Gerais, Lula deve ouvir de o governador mineiro um pedido de ajuda para sensibilizar os empresários e viabilizar a repactuação do acordo da tragédia de Mariana. O encontro ainda não tem data confirmada.

O novo acordo quase foi fechado no final do governo Bolsonaro, e teria um valor de R$ 100 bilhões. A repactuação foi travada no início do governo Lula para revisão e agora encontra resistência entre os empresários, segundo interlocutores de Zema.