"Forças Armadas estão orientadas a auxiliar Justiça", diz Múcio após operação da PF
Ministro da Defesa disse que 'decisão judicial se cumpre'
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que as Forças Armadas estão orientadas a ajudar no cumprimento das decisões judiciais expedidas hoje contra militares e outros investigados por suspeita de tentativa de golpe no país. A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão.
— As Forças Armadas estão orientadas a auxiliar decisão da Justiça — disse Múcio ao Globo. — Decisão da Justiça se cumpre.
O ministro foi avisado da operação, já que há quatro oficiais da ativa entre os alvos. Neste caso, a PF solicita as Forças Armadas um oficial para acompanhar os mandados na vila militar.
Operação da PF
A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira uma operação para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro (PL) no poder. Entre os alvos de mandados de medidas restritivas está o próprio ex-presidente, que terá a proibição de deixar o país, devendo entregar o passaporte no prazo de 24 horas, e de se comunicar com demais investigados, nem por meio de advogados.
Entre os alvos de busca e apreensão estão aliados muito próximos do ex-presidente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Almir Garnier e Tercio Arnaud. Já entre os quatro alvos dos mandados de prisão estão Rafael Martins de Oliveira (major das Forças Especiais do Exército), Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro), Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel do exército) e Marcelo Camara (coronel do Exército).
A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, cita três pessoas que foram alvos PF nesta quinta-feira: além do próprio Bolsonaro, Braga Netto e Filipe Martins.