Plano de golpe discutido por Bolsonaro envolvia prisão de Moraes, Gilmar e Pacheco, diz PF
Segundo a corporação, ex-presidente pediu alterações no texto da minuta que previa a prisão de autoridades e novas eleições
A Polícia Federal apontou que havia um plano golpista com o objetivo de prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes da posse do então eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação consta na decisão de Moraes, que autorizou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis, que investiga uma organização criminosa que teria atuado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder por meio de uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, segundo a PF.
"Conforme descrito, os elementos informativos colhidos revelaram que Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de Decreto apresentado por Filipe Martins e Amauri Feres Saad para executar um Golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do Presidente do Senado Rodrigo Pacheco e por fim determinava a realização de novas eleições", diz o texto.
Filipe Martins era o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência e homem de confiança de Bolsonaro. Alvo de prisão preventiva, ele é suspeito de levar a minuta golpista ao ex-presidente em uma reunião no Palácio da Alvorada, em novembro de 2022. Um dos autores do documento seria o advogado Amauri Feres Saad, que foi alvo de buscas.