OPERAÇÃO

PF afirma que alvos por tentativa de golpe se dividiram em 5 núcleos para manter Bolsonaro no poder

Entenda a investigação e como funcionava cada um dos núcleos, segundo a PF

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Isac Nóbrega/PR

A investigação da Polícia Federal que culminou na operação desta quinta-feira (8) aponta que o planejamento e a execução da tentativa de golpe de Estado envolveram a divisão de tarefas composta por cinco núcleos: de desinformação, jurídico, operacional, de inteligência e de oficiais de alta patente.

Segundo a PF, a sistematização das tarefas por parte dos membros da suposta organização criminosa visava, na prática, impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio lula da Silva, e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

“A sistematização das condutas pela Polícia Federal partiu da divisão das tarefas executadas, de forma preponderante, pelos membros da suposta organização criminosa entre núcleos de atuação, que visavam, na prática, a reversão do resultado das eleições presidenciais de 2022, de modo a impedir a posse do candidato eleito e, assim, manter o ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, no poder”, diz a PGR, em parecer pela realização da operação.

Saiba como funcionou a divisão de tarefas da tentativa de golpe, segundo a PF:
Núcleo de desinformação e ataques ao Sistema Eleitoral
Segundo a PF, o núcleo desinformação atuou na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e de “estudos” quanto à falta de lisura das eleições presidenciais de 2022, “bem como sobre supostos registros de votos após o horário oficial, inconsistências no código-fonte, com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e de instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para a execução de um golpe de Estado”. Era composto por Mauro César Barbosa Cid, Anderson Torres, ngelo Martins Denicoli, Fernando Cerimedo, Éder Lidsay Magalhães Balbino, Hélio Ferreira Lima, Guilherme Marques Almeida, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Tércio Arnaud Tomaz.

Núcleo jurídico
Tinha como foco o assessoramento e a elaboração de minutas de decretos com “fundamentação jurídica e doutrinária que atendesse aos interesses finalísticos golpistas do grupo investigado”. Integrado por Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad, José Eduardo de Oliveira e Silva e Mauro Cesar Barbosa Cid.

Núcleo operacional
Atuava em reuniões de planejamento e execução de medidas, “no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis”. Era composto por Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães.

Núcleo de inteligência paralela
Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção nas primeiras horas que se seguissem a assinatura do decreto de golpe de Estado. Era formado por Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid.

Núcleo de oficiais de alta patente
Teria se utilizado da alta patente militar para “influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas, para a consumação do golpe de Estado”. Era composto, segundo a PF, por Walter Souza Braga Netto, Almir Garnier Santos, Mario Fernandes, Estevam Theofilo Gaspar de Oliveira, Laércio Vergílio e Paulo Nogueira de Oliveira.