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Ancestralidade e resistência reunidas na 60ª Noite dos Tambores Silenciosos, no Recife

Manifestação celebra luta e existência do povo negro

Noite dos Tambores Silenciosos - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Celebrando a luta e resistência do povo negro, a Noite dos Tambores Silenciosos, uma das mais potentes manifestações afro-brasileiras do Carnaval do Recife, chega à 60ª edição. A tradição histórica é apreciada há mais de 50 anos no Pátio do Terço, bairro de São José, centro da capital pernambucana, e acontece nesta segunda-feira (12), a partir das 18h.

O espaço vai receber mais de 20 nações de maracatus, valorizando a ancestralidade dos povos africanos. Os grupos são de diversas regiões da cidade e vão desfilar cores, brilhos e muita religiosidade.

Neste ano, a celebração se iniciará no fim da tarde com a presença da orixá Mãe Fátima de Oxum, que vai realizar a cerimônia dos Tambores Mirins.

Após o encerramento das apresentações infantis, a cerimônia dará sequência com os Eguns. À meia-noite, de segunda para terça de Carnaval, ocorrerá o ponto alto da celebração, quando se apagarão as luzes do Pátio do Terço e se pode ouvir cantos para o Orixá.

História e tradição
A Noite dos Tambores Silenciosos é uma tradição que começou com a devoção à Nossa Senhora do Rosário, santa católica branca que é padroeira da população negra, e derivou das irmandades religiosas criadas pelos negros no período colonial.

No Recife, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos fica no Pátio do Terço, local onde havia intenso comércio de escravos. Não à toa, é o lugar onde o povo negro celebra a luta dos ancestrais.

Confira abaixo a programação da Noite dos Tambores Silenciosos:
Mirim:

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