Sede do grupo chinês Huawei na França é alvo de operação de busca
Empresa é investigada por suspeitas de ataque à probidade
A Justiça francesa ordenou, na terça-feira (6), uma operação de busca aos escritórios da gigante chinesa de telecomunicações Huawei na França, no âmbito de uma investigação ordenada pela Procuradoria Nacional das Finanças, informou uma fonte judicial nesta quinta (8).
Essa fonte, que confirmou uma informação do veículo de comunicação L'Informé, disse que a Procuradoria Nacional das Finanças (PNF, na sigla em francês) investiga o grupo chinês por suspeitas de ataque à probidade, sem dar mais detalhes.
Na França, isto inclui crimes como corrupção, tráfico de influência e tomada ilegal de interesses.
No momento, não se sabe do que exatamente está sendo acusada a empresa, cuja sede francesa fica em Boulogne-Billancourt, a oeste de Paris.
A Huawei desembarcou no país em 2003, onde o grupo abriu seis centros de pesquisa e um centro global de design em Paris. No momento, constrói, no nordeste da França, sua primeira fábrica fora da China, para produzir equipamentos para redes de telecomunicações móveis, em particular 5G, a partir do final de 2025.
A empresa afirma contar, também, com 20% do mercado francês de infraestruturas de telecomunicações, apesar das severas restrições impostas pela chamada lei "anti-Huawei" em 2019. Esta legislação busca proteger as redes francesas dos "riscos de espionagem, hacking e sabotagem" pelo 5G.
Fundada em 1987, a Huawei, uma empresa privada que não cota na Bolsa, afirma empregar mais de 200.000 pessoas em mais de 170 países e regiões.
O grupo com sede em Shenzhen, no sul da China, está há vários anos no centro de uma intensa rivalidade tecnológica entre Pequim e Washington.
Sem fornecer provas, os Estados Unidos acusam-no de espionagem para as autoridades chinesas, o que a Huawei rejeita.
A empresa é líder mundial no fornecimento de equipamentos para 5G, quinta geração de Internet móvel.
Em 2023, o comissário europeu Thierry Breton pediu aos 27 países-membros da União Europeia e às operadoras de telecomunicações em 2023 que excluam os equipamentos chineses, incluindo os fabricados pela Huawei, de suas redes móveis.