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Plano golpista tinha data e local para a prisão de Alexandre de Moraes, aponta PF

Segundo as investigações, ministro do STF seria preso em sua residência, em São Paulo, em 18 de dezembro de 2022

Alexandre de Moraes, ministro do STF - Valter Campanato/Agência Brasil

As investigações da Polícia Federal apontam que uma suposta tentativa de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinha data e local para acontecer: 18 de dezembro de 2022, em sua residência, em São Paulo.

Segundo a PF, o então ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel do Exército Marcelo Câmara, na época assessor da Presidência, trocaram mensagens buscando saber o itinerário e localização de Moraes. Em uma das mensagens, os investigados afirmam que o ministro viajou para São Paulo no dia 16 de dezembro de 2022 e que retornaria para Brasília apenas no dia 19 daquele mês, uma segunda-feira.

“Nesse sentido, a autoridade policial narra que, no planejamento operacional descrito pelo General VIRGÍLIO, a prisão deste relator seria executada no dia 18/ 12/ 2022, em sua residência em São Paulo”, diz trecho da decisão de Moraes que autorizou a operação desta quinta-feira.

A PF aponta que Marcelo Câmara tinha pelo menos desde o dia 15 de dezembro de 2022, o itinerário exato de deslocamento de Alexandre de Moraes pelos próximos 15 dias. "As circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar a utilização de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle", diz a PF.

Em entrevista ao GLOBO sobre os ataques do 8 de Janeiro, Moraes revelou ter sido informado sobre a existência de três planos contra ele, que envolviam até homicídio. Um dos planos era enforcar o ministro na Praça dos Três Poderes.

— Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem — narrou Moraes ao GLOBO.

Investigação da PF mostra que Câmara e Cid discutiam o itinerário de Moraes, chamado por eles pelo codinome de "professora". Nos dias 21 e 24 de dezembro, por exemplo, Cid pergunta à Câmara: "Por onde anda a professora?", ao que Câmara confirma a localização em São Paulo e informa que o monitorado retornaria a Brasília no dia 31 para a posse. "A investigação constatou que os deslocamentos entre Brasília e São Paulo do ministro Alexandre de Moraes são coincidentes com os da pessoa que estava sendo monitorada e acompanhada pelo grupo, informa a PF.