AVIAÇÃO

''País precisa ter aéreas nacionais'', diz presidente do BNDES ao defender apoio do governo ao setor

Questionado sobre pacote de socorro em estudo, Mercadante evitou dar prazos e disse que valores e modelo serão definidos pelo Ministério da Fazenda

Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante - Lula Marques/Agência Brasil

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira (8) o apoio do governo às companhias aéreas e citou o "problema das garantias" de crédito como obstáculo a ser enfrentado. Questionado sobre o pacote de socorro que está em estudo pelo governo, Mercadante evitou dar prazos e disse que a definição de valores e modelo está a cargo do Ministério da Fazenda.

-- Este país precisa ter empresas (aéreas) nacionais - afirmou Mercadante, em discurso durante evento de lançamento de políticas da Embratur, no Aeroporto Internacional do Galeão.

Segundo Mercadante, o apoio às companhias é necessário num momento de retomada do setor aéreo. Lembrando que houve aumento no fluxo de passageiros transportados pela aviação civil em 2023, o presidente do BNDES ressaltou que as empresas precisam ter "condições de viver esse momento extraordinário" de recuperação.

O governo tem sinalizado que trabalha num pacote de apoio as companhias aéreas, mas detalhes não foram anunciados. Entre as medidas ventiladas, está lançar mão de um fundo da aviação civil para fornecer garantias para empréstimos. O montante de crédito que poderia ser oferecido seria de R$ 6 bilhões, como tem sido falado em Brasília.

Após o discurso, Mercadante evitou citar valores em conversa com a imprensa, mas ressaltou o sucesso do FGI Peac, programa de garantia de crédito do BNDES lançado como medida para mitigar a crise causada pela Covid-19. Questionado se o Peac serviria de modelo para o pacote para as aéreas, o presidente do banco disse que isso seria definido pela Fazenda.

Mercadante também ressaltou que os governos dos principais países desenvolvidos socorreram as companhias aéreas na pandemia, mas evitou responder se o fato de o Brasil não ter feito o mesmo foi um erro.

No governo anterior, em 2020, o BNDES chegou a lançar uma linha para as companhias aéreas, apenas com instrumentos de mercado. Com juros considerados elevados pelas empresas, acabou sem nenhuma operação.

Mercadante tampouco foi assertivo ao responder se a Gol Linhas Aéreas, que fez pedido de recuperação judicial nos EUA, poderia receber apoio do pacote do governo. Tudo dependerá do modelo e das condições do apoio a ser oferecido.

O executivo se limitou a elogiar o modelo da recuperação judicial americano e ressaltou que a tomada de novos financiamentos é corriqueira nos processos de reestruturação por lá.