FAKE NEWS

Alvos da PF foram apontados como ''influências golpistas'' para Bolsonaro em relatório de CPI

Ex-assessores de Bolsonaro, Filipe Martins e Tercio Arnaud são investigados por uma tentativa de golpe de Estado

Jair Bolsonaro - Evaristo Sá/AFP/arquivo

Alvos da Polícia Federal nesta quinta-feira (8) em uma operação que investiga uma tentativa de golpe de Estado, dois assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram apontados como "influências golpistas" no relatório final da CPI das Fake News, elaborado pela senadora Lídice da Mata (PSB-BA) em 2019.

Segundo o documento, que não chegou a ser apresentado, os depoimentos do general Santos Cruz e da ex-deputada federal Joice Hasselmann comprovaram uma forte influência de Filipe Martins e Tercio Arnaud nas decisões de Bolsonaro. Nesta quinta-feira, Martins foi preso e Arnaud alvo de mandados de busca e apreensão.

"Também foram destacados servidores comissionados que atuam no Palácio do Planalto, que na CPMI das Fake News ficaram popularmente conhecidos como 'Gabinete do Ódio'. Destacam-se, nessas atividades de formulação de notícias falsas, os assessores Filipe Martins, Felipe Mateus, Mateus Diniz, José Matheus e Tercio Arnaud", diz trecho do documento.

A CPI das Fake News foi encerrada sem que a investigação tivesse uma conclusão após sessões de embate entre a base de Bolsonaro e a oposição. Isto porque foi paralisada no primeiro trimestre de 2020 e não houve interesse em reativar o colegiado antes do final da última legislatura, que foi encerrada em dezembro de 2022.

A operação desta quinta-feira tem como objetivo apurar uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Tércio Arnaud Tomaz, ex-assessor presidencial, está entre os 33 alvos de busca e apreensão. Ele é apontado como um dos pilares do chamado "gabinete de ódio", estrutura que ficava no Palácio do Planalto que teria como objetivo a divulgação de notícias falsas e mensagens difamatórias a adversários.

Já Filipe Martins, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso na casa de sua namorada, em Ponta Grossa, no Paraná. Sua defesa afirmou não ter acesso aos autos do processo.