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Veja 5 doenças comuns de pegar durante o carnaval; especialista dá dicas de como evitá-las

Aglomeração nos blocos, compartilhamento de copos e a proliferação de mosquito estão entre os principais sinais de alerta do carnaval

Abertura do Carnaval de Olinda - Ricardo Fernandes/ Folha de Pernambuco

Carnaval chegou e com ele a aglomeração nos blocos de rua, os beijos, o compartilhamento de copos de bebida, entre outros exemplos que dão uma margem maior para a disseminação de doenças respiratórias e infecciosas que são transmitidas através do contato.

Uma das principais e que há um crescimento expoente é a conjuntivite, uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente que cobre a "parte branca" dos olhos e a região interna das pálpebras. Além de ser transmitida pelo toque, ela tem alta incidência no calor já que as pessoas tendem a sair mais de casa, aumentando o contato com outras pessoas.

— Em um trajeto simples de ônibus que leva cerca de 30 minutos, a pessoa leva a mão no rosto cerca de 27 vezes, para coçar os olhos, a barba, colocar a mão na boca. Imagina durante o carnaval que ela toca em lugares que já foram contaminados por outras pessoas, coloca a mão no rosto de um, cumprimenta outros, há sim o aumento de conjuntivite, principalmente nos blocos — explica o infectologista Roberto Figueiredo, conhecido como “Dr. Bactéria”.

Se não for bem cuidada, há riscos de sequelas, como ceratite, úlcera de córnea e até a perda de visão, entretanto, há formas de evitá-la, como: higienização frequente das mãos e evitar levá-la aos olhos; não compartilhar itens de maquiagem e nem toalhas de rosto, por exemplo.

Beijos
— Há pessoas que beijam mais de 20 em um bloco — afirma Figueiredo ao revelar que as doenças mais comuns no carnaval são as relacionadas a boca, visto que ela é recheada de bactérias e vírus que podem ser compartilhados durante o beijo.

Segundo o infectologista, a primeira delas é a mononucleose, popularmente conhecida como "doença do beijo", é causada pelo vírus Epstein-Barr. Os sintomas começam a surgir cerca de 30 dias depois e podem ser facilmente ser confundidos com uma gripe. Dores no corpo, ínguas atrás das orelhas, febre e dores nas juntas, estão entre as principais manifestações.

— Em alguns casos, embora raro, pode evoluir para um tipo de candidíase que aparece na região da boca inteira e até perda total dos dentes. Podendo ficar por até seis meses com esse vírus na boca. Outra doença que pode pegar é a herpes labial e essa em específico, a pessoa fica com ela por toda a vida — diz o Dr. Bactéria.

Dengue
O número de casos de janeiro deste ano superou significativamente os de janeiro do ano passado. Até agora em 2024, foram registrados 364 mil casos e 40 mortes pela doença oficialmente. Em janeiro de 2023, foram registrados 65,3 mil casos. E segundo secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, o Brasil pode bater a marca de 4,2 milhões de casos de dengue neste ano.

O infectologista acredita que o número pode aumentar durante o carnaval devido a exposição ao mosquito e a quantidade de pessoas aglomeradas.

— O mosquito vai fazer a festa. Ele pica geralmente cerca de um metro, do joelho pra baixo, ou seja, a pessoa não vai nem sentir que está sendo picado. Os foliões precisam levar repelente para pular o carnaval independentemente de onde seja. Tem que olhar o rotulo e ver de quanto em quanto tempo precisa repassar.

Figueiredo também sugere que as pessoas que usarem roupa, devem passar repelente nas vestimentas.

Além dessas doenças, Dr. Bactéria também alerta para um possível aumento nos casos de gripe e Covid. Doenças infecciosas que com a aglomeração dos blocos, é mais fácil de transmiti-las para outras pessoas. O médico ressalta a importância de estar com a caderneta de vacinação atualizada para estes casos.

— Não dá para evitar aglomeração no carnaval. A quantidade de pessoas em blocos de rua é tão grande que os riscos de quem está em salões fechados passam a ser quase os mesmos — afirma.

O infectologista afirma que para evitar as doenças, recomenda o que ele chama de “Kit Dr. Bactéria” para o carnaval.

— As pessoas que vão curtir o carnaval precisam levar água para se hidratar, porque sem hidratação a resistência cai e as doenças atacam. Além disso, precisa levar álcool em gel para higienizar as mãos com frequência. Principalmente na hora de ir ao banheiro público ou quando for comer alguma coisa. Repelente para espantar os mosquitos e uma lanterna para olhar dentro da boca de quem quer beijar. Garanto que vai deixar de beijar bastante gente — disse o infectologista.