CARNAVAL DO RIO

Viradouro investe em desfile com material de trânsito e fluorescente

Foram usados 200 metros distribuídos em 400 rolos dos chamados "olhos de gato"

Viradouro - Riotur/Divulgação

Com o enredo vodun “Arroboboi, Dangbé”, em que a primeira palavra é uma saudação àquele que é representado por uma serpente, a Unidos do Viradouro encerrou os desfiles do Grupo Especial, já na manhã de terça-feira (13). Com o arco-íris representando Dangbé, as cores foram exploradas de ponta a ponta no desfile, pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

Para contracenar com o sistema de iluminação cênica, a estratégia adotada pela escola foi a de usar e abusar do fluorescente, e até de material de trânsito. Foram usados 200 metros — distribuídos em 400 rolos — dos chamados “olhos de gato”, que reflete a luz e é usado em placas ou até em uniformes dos garis.

— Essa luz cênica veio para ficar. Neste ano, as escolas estão usando muito mais, e percebo que algumas estão acertando e outras ainda testando. A tendência é cada vez mais investir em profissionais e estudos sobre essa luz — observa Tarcísio.

A escola deu o tom do desfile logo na comissão de frente, que apostou no rito da proteção das guerras, se valendo da dança, da performance e, claro, da cor. Até a maquiagem dos bailarinos foi fluorescente.

Com início colorido, e com céu ainda escuro, as alas tiveram as cores “diluídas” quanto mais para o fim do desfile, para poder ter destaque num momento em que o céu já clareava.

Culto a Dangbé, que no Brasil se materializa pelos candomblé Jeje, contou com com duas visitas dos integrantes da escola à Bahia. Por lá, ocorreu o “alafiou”, quando os búzios indicaram que os caminhos estavam abertos para a confecção do enredo da Viradouro. O carnavalesco Tarcísio Zanon, ainda, ganhou guias de diferenças lideranças religiosas e as utilizou no desfile.