DIÁRIO OFICIAL

Exército exonera de cargos de comando militares suspeitos de participação em plano golpista

As exonerações acontecem após determinação do ministro Alexandre de Moraes

As exonerações acontecem após determinação do ministro Alexandre de Moraes - TSE/divulgação

O Exército exonerou nesta quarta-feira (14) de postos de comando dois militares sob a mira da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, que apura uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Foram exonerados o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira e assinada pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva.

As exonerações acontecem após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar que os militares investigados pela operação da PF sejam suspensos da função pública.

Hélio Ferreira Lima atuou na busca por inconsistências nas urnas eletrônicas. Para os investigadores, as medidas eram direcionadas à propagação de desinformação para gerar descrédito do sistema eleitoral. Enviou a Mauro Cid um documento em inglês e um arquivo em formato PDF com o nome “fraude nas Urnas 2022” e mensagens que insinuam a existência de dois códigos-fontes das urnas eletrônicas.

Já o coronel Guilherme Marques Almeida teria atuado na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e de “estudos” sobre o processo eleitoral com o objetivo de criar o “ambiente propício para a execução de um golpe de Estado”. Em conversa com Mauro Cid, é compartilhado material com desinformação sobre as urnas de Fernando Cerimedo organizado por Tércio.

Operação mira aliados de Bolsonaro
Batizada de Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, o nome faz referência à articulação golpista para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, com o objetivo de "viabilizar e legitimar" uma intervenção militar. Ou seja, o grupo se dividiu em núcleos para disseminar notícias falsas sobre fraude eleitoral e invalidar a vitória de Lula nas urnas.

Entre os alvos de busca e apreensão estão aliados muito próximos do ex-presidente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Almir Garnier e Tercio Arnaud.