guerra no oriente médio

Lula condena posição de Israel no conflito contra Hamas

Presidente brasileiro afirmou ainda que parece que Israel tem a "primazia" de não cumprir decisões das Nações Unidas

Lula chega a Cairo, capital do Egito - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar nesta quinta-feira (15) a posição de Israel no conflito contra o Hamas. Lula ressaltou que o Brasil condenou os ataques do grupo terrorista, mas que não há "nenhuma explicação" para Israel "estar matando mulheres e crianças". O presidente brasileiro afirmou ainda que parece que Israel tem a "primazia" de não cumprir decisões das Nações Unidas.

"O Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Isral e Faixa de Gaza. Ou seja, a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas que me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas. Então, é preciso que a gente tome uma decisão."

Ao criticar a posição de Israel, Lula ressaltou que o Brasil condenou de forma "veemente" o Hamas, a quem chamou de "terrorista" no discurso", mas afirmou que a "jamais viu em qualquer guerra" uma atitude como a de Israel.

"O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. Chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel a pretexto de derrotar o Hamas estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento."

As declarações de Lula ocorrem após reuniões com o presidente do Egito, Abdel Fatah El-Sisi. O Egito foi um país importante na retirada de brasileiros e seus familiares da Faixa de Gaza após o início do conflito e ocupa um papel importante negociação de um acordo entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. Como mostrou O Globo, Lula deve se colocar à disposição para ajudar a solucionar a guerra, que começou em outubro de 2023.

Brasil e Egito também assinaram dois atos. O primeiro é um memorando de entendimento entre o Ministério do Ensino Superior, Pesquisa Científica da República Árabe do Egito e do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação do Brasil sobre cooperação no âmbito da ciência e tecnologia e inovação. O segundo foi um protocolo para exportação de carnes e produtos do Brasil para o Egito.

Da capital egípcia, o presidente segue para Etiópia, onde terá agendas de sexta-feira a domingo. Na capital etíope Lula vai participar como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.

Etiópia e Egito também integram o Brics (bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que também recebeu a adesão de Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes). É a segunda vez neste mandato que Lula vai ao continente africano. No ano passado, o presidente visitou África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe.