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Vídeo: Com apoio da Nasa, SpaceX lança foguete em missão privada para a Lua pela 1ª vez em 52 anos

Missão deveria ter decolado nesta quarta-feira, mas teve o lançamento adiado depois que foram detectadas temperaturas anormais durante abastecimento do módulo

Um foguete SpaceX Falcon 9 decola da plataforma de lançamento LC-39A no Kennedy Space Center com a missão do lander lunar Nova-C da Intuitive Machines, em Cape Canaveral, Flórida, em 15 de fevereiro de 2024 - Gregg Newton/AFP

Uma nave espacial americana decolou nesta quinta-feira (15) do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com a missão de pousar na Lua. Essa é a segunda tentativa de uma empresa privada neste ano, após o fracasso de outro grupo em janeiro.

A empresa Intuitive Machines, responsável pela missão "IM-1", espera tornar-se a primeira instituição não governamental a realizar uma alunissagem suave no satélite natural da Terra e pousar em sua superfície o primeiro robô americano desde as missões Apollo, há mais de cinco décadas.

O módulo de pouso Nova-C, de formato hexagonal e chamado de "Odysseus", decolou às 1h06 desta quinta-feira (3h06 de Brasília) a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Assista
A missão IM-1 deveria ter decolado na quarta-feira (14), mas o lançamento foi adiado depois que SpaceX detectou temperaturas anormais durante a tentativa de abastecimento de combustível do módulo.

O módulo de alunissagem tem um novo tipo de motor de metano líquido e oxigênio super-resfriado que fornece a potência para chegar rapidamente ao seu destino, evitando uma longa exposição à região de alta radiação ao redor da Terra, conhecida como cinturão de Van Allen.

 



Trent Martin, vice-presidente de sistemas especiais da Intuitive Machines, afirmou à imprensa que a "oportunidade para que os Estados Unidos retornem à Lua pela primeira vez desde 1972 é uma proeza da Engenharia que exige um verdadeiro desejo de explorar".

Apesar do atraso, a nave tem previsão de chegada em 22 de fevereiro ao ponto de alunissagem, Malapert A, uma cratera de impacto localizada a 300 quilômetros do polo sul lunar.

A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, espera estabelecer uma presença de longo prazo na Lua e coletar gelo para obter água potável e combustível para foguetes no âmbito do seu programa Artemis.

Carga
A Nasa pagou US$ 118 milhões de dólares (R$ 586 milhões) a Intuitive Machines para o transporte de equipamentos científicos até o satélite natural, para ajudar a compreender de modo mais eficiente e mitigar os riscos ambientais para os astronautas.

Mas a nave transporta uma carga mais colorida, incluindo um arquivo digital do conhecimento humano e 125 pequenas esculturas da Lua do artista Jeff Koons.

Após o pouso, as cargas devem operar por sete dias, antes do início da noite lunar no polo sul, quando Odysseus ficará inoperante.

A IM-1 é a segunda missão de uma iniciativa da Nasa criada para delegar serviços de carga ao setor privado para cortar custos e estimular uma economia lunar mais ampla.

A primeira, da empresa Astrobotic, foi lançada em janeiro, mas a nave Peregrine sofreu um vazamento de combustível e seu módulo de pouso teve que ser destruído deliberadamente em pleno voo.

 



A alunissagem suave é um desafio porque implica navegar em um terreno instável, com um atraso de vários segundos na comunicação com a Terra, e utilizar os propulsores sem a presença de uma atmosfera que suporte paraquedas.

Apenas cinco países conseguiram tal feito: a União Soviética foi a primeira nação, seguida pelos Estados Unidos, que até hoje é o único país a colocar pessoas na superfície lunar.

A China já posou três vezes desde 2013, a Índia conseguiu em 2023 e o Japão em fevereiro do ano passado, embora o módulo nipônico tenha enfrentado dificuldades para permanecer ativado.