GUERRA ISRAEL-HAMAS

Hezbollah libanês afirma ter disparado dezenas de mísseis contra o norte de Israel

Ataque ocorre um dia depois de bombardeios israelenses no sul do Líbano matarem 15 pessoas

Apoiadores do Hezbollah - Anwar Amro/AFP

O Hezbollah libanês afirmou nesta quinta-feira (15) que disparou dezenas de mísseis contra o norte de Israel, um dia depois de bombardeios israelenses no sul do Líbano matarem 15 pessoas, incluindo um comandante deste movimento pró-Irã.

"Na primeira resposta às mortes [nas localidades libanesas] de Nabatieh e Souane, os combatentes da Resistência Islâmica dispararam dezenas de foguetes do tipo Katiusha contra [a cidade israelense de] Kiryat Shmona", na fronteira com o Líbano, indicou o Hezbollah em comunicado.

O poderoso movimento, apoiado pelo Irã, também reivindicou uma série de ataques contra posições militares israelenses perto da fronteira.

Em três comunicados diferentes, informou ainda sobre a morte de três de seus combatentes em bombardeios israelenses, elevando para oito o número de membros do Hezbollah mortos desde quarta-feira.

O Exército israelense confirmou nesta quinta ter abatido um comandante do movimento, identificado como Ali al Debs, seu adjunto Ibrahim Issa e outro combatente em um bombardeio na quarta-feira contra um prédio em Nabatieh, no sul do Líbano.

O ataque também matou sete civis, que faziam parte da mesma família, segundo uma fonte da segurança libanesa. A família estava no primeiro andar do prédio enquanto os membros do Hezbollah estavam no térreo, disse a fonte.

Um fotógrafo da AFP constatou que o primeiro piso e o térreo do edifício ficaram destruídos.

Os socorristas retiraram os corpos de sete civis dos escombros, incluindo cinco mulheres e uma criança, de acordo com a agência nacional de informações (ANI).

A ONU denunciou uma "escalada perigosa" da violência, que eclodiu no dia seguinte ao início da guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

O conflito, que começou em 7 de outubro, intensificou as tensões na fronteira entre Israel e o Líbano, onde há disparos diariamente.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou os "novos massacres" de civis pelo "inimigo israelense".

Um porta-voz da força interina da ONU no Líbano, Andrea Tenenti, instou em comunicado "todas as partes afetadas a interromperem imediatamente as hostilidades".

Na quarta-feira, três civis morreram em outro bombardeio israelense em Sawaneh. No total, 10 civis faleceram em ataques israelenses nesse dia. É o maior saldo desde 8 de outubro.

Pelo menos 262 pessoas, incluindo 40 civis, morreram no sul do Líbano desde essa data, segundo contagem da AFP. Do lado israelense, morreram 10 soldados e seis civis, de acordo com o exército.