CARNAVAL 2024

Carnaval tem menos violência registrada que ano passado; SDS-PE detalha três mortes no período

Dados de diminuição dos crimes correspondem ao período entre os dias 8 e 13 de fevereiro

Representante atual da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), Alessandro Carvalho - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Passado o período de Carnaval, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) agora celebra a diminuição da violência em relação ao mesmo recorte de tempo no ano passado. O detalhamento dos dados foi apresentado na tarde desta quinta-feira (15), na sede da SDS, na área cental do Recife. O levantamento corresponde ao período entre os dias 8 e 13 de fevereiro.

Participaram do momento o secretário da SDS, Alessandro Carvalho; o delegado-geral da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), Renato Rocha Leite; o comandante-geral da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), Ivanildo Torres; e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE), Luciano Fonsêca.

Segundo o órgão, os roubos nos chamados "focos de folia" apresentaram uma redução de 40% em relação ao ano passado, caindo de 910 registros para 550.

Um declínio de 29% também aconteceu em relação aos furtos. No Carnaval de 2023, foram 2.756 registros, enquanto, neste ano, se teve conhecimento de 1.945 casos.

Ainda no mesmo período, para além dos focos de festas do Carnaval em Pernambuco, a SDS aponta quedas em estupros e mortes violentas intencionais (MVI). No primeiro caso, em 2023, foram registrados 17, enquanto 2024 teve 12. Para MVI, o número em 2023 era de 82, contrastando com 68 neste ano (redução de 17%).

“Os resultados mostram que o planejamento operacional, iniciado em setembro de 2023, foi bem executado. Sabemos que esses resultados são frutos do trabalho integrado da segurança pública. A polícia trabalhou”, afirma o secretário Alessandro Carvalho.

De acordo com a Prefeitura do Recife, os shows no Marco Zero da cidade tiveram recorde de público, contando com 3,4 milhões de pessoas (20% a mais que no ano passado).

Já em Olinda, também segundo a prefeitura municipal, foram mais de 4 milhões de pessoas curtindo a folia nas ladeiras.

Três mortes no Carnaval
Apesar de os índices apontarem redução na criminalidade do Carnaval pernambucano deste ano, houve registros de três homicídios em locais de folia. Carvalho detalhou cada uma.

A primeira morte foi na noite da última quinta-feira (8), na Região Metropolitana do Recife (RMR), em reação a um assalto. 

Keven Paulo Santos da Silva, de 18 anos, tentou, junto com outro homem no Sítio Histórico de Olinda, assaltar um sargento do Exército Brasileiro, que reagiu e atingiu a dupla com disparos.

Keven Paulo, que é ex-jogador das categorias de base do Santa Cruz e do Internacional, não resistiu e morreu no local. O outro foi socorrido e encaminhado para uma unidade de saúde. 

“Nós tivemos três homicídios em focos de folia, sendo todos com vítimas com envolvimento no mundo criminal. Uma morte foi em Olinda, por uma reação do sargento do Exército, quando um assaltante foi morto e o que sobreviveu foi autuado em flagrante, com duas passagens por roubo, uma por violência contra a mulher e outra por drogas. Ele estava preso até 23 de setembro do ano passado”, iniciou o secretário.

A segunda morte, no Litoral Sul de Pernambuco, também foi justificada como consequência de aproximação com o crime. “O segundo caso foi em Tamandaré, numa madrugada, onde familiares da vítima também tinham passagens por roubo e por tráfico (de drogas). A mãe da mulher tinha passagens no sistema prisional por roubo e tráfico de drogas, e está solta. A irmã dela continua presa por tráfico de drogas. Essa ação foi direcionada”, salienta.

A morte durante um bloco carnavalesco em Lagoa de Itaenga, segundo o secretário, aconteceu depois de duas tentativas de homicídios sem êxito. A cidade é vizinha de Glória do Goitá, Feira Nova e Carpina.

“O terceiro e último caso foi em Lagoa de Itaenga, em folia, durante um bloco. Essa última vítima é autora de um homicídio de 2014 e escapou de tentativas de homicídios em 2012 e 2020. Mais uma vez, foi uma morte com total vinculação à atividade criminosa”, diz.

“Não foi nenhum folião que estava brincando com a sua família, todas foram pessoas ligadas ao mundo do crime”, finaliza Carvalho.