Madri

Agricultores protestam com tratores no centro de Madri

Você se propôs, conseguiu", os manifestantes se concentraram por várias horas às portas do prédio localizado em frente à estação de Atocha

Com os tratores parados e cartazes onde se lia "O campo em pé de guerra" - Oscar Del Pozo/AFP

Agricultores e pecuaristas espanhóis protestaram com seus tratores nesta quinta-feira (15) em frente ao Ministério da Agricultura, no centro de Madri, antes de uma reunião com o ministro Luis Planas, que anunciou uma série de medidas para tentar encerrar os protestos do setor.

Com os tratores parados e cartazes onde se lia "O campo em pé de guerra" ou "Planas, a ruína do campo.

Você se propôs, conseguiu", os manifestantes se concentraram por várias horas às portas do prédio localizado em frente à estação de Atocha, confirmou um fotógrafo da AFP. O protesto era uma medida de pressão antes da reunião que o ministro teve com os três principais sindicatos de agricultores e pecuaristas, Asaja, COAG e UPA.

Após o encontro, que durou quase duas horas, o ministro anunciou um pacote de medidas que, em sua opinião, responde "aos três elementos básicos levantados pelo setor", que há mais de uma semana vem protestando com bloqueios de estradas em vários pontos do país.

Assim como seus colegas em outros países europeus que também protestaram, os agricultores espanhóis reclamam da burocracia e complexidade das normas europeias, dos baixos preços aos quais vendem seus produtos e da concorrência, que consideram desleal, dos artigos estrangeiros.

Nesse sentido, o ministro se comprometeu a impulsionar a "simplificação" da aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) europeia, o que proporá em 26 de fevereiro em um conselho de ministros da Agricultura da União Europeia.

Planas também anunciou a criação de uma agência estatal de controle de alimentos, que garantirá a conformidade com a lei da cadeia alimentar, cujo objetivo é evitar o colapso dos preços pelos quais os agricultores têm de vender.

E prometeu impulsionar na UE e na Organização Mundial do Comércio as "cláusulas espelho", para garantir que os produtos que entrem na Europa de países terceiros não usem elementos fitossanitários que os agricultores do bloco não possam usar, e assim evitar a concorrência desleal.

Os sindicatos qualificaram a reunião como positiva, mas descartaram por enquanto um acordo definitivo e anunciaram que continuarão com seus protestos.

"Vimos avanços importantes", mas "as mobilizações continuam", afirmou o presidente da Asaja, Pedro Barato.

Os sindicatos agrícolas têm previstas várias manifestações por toda a Espanha, incluindo duas em Madri, nos dias 21 e 26 de fevereiro.

A Espanha, frequentemente descrita como a "horta da Europa", é o maior exportador europeu de frutas e hortaliças, mas seu setor agrícola enfrenta dificuldades, principalmente devido à seca que assola o país há três anos.