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Gleisi critica Tarcísio por ato com Bolsonaro e lembra ausência do governador no 8 de janeiro

Bolsonaro convocou o ato em SP depois de ter sido um dos alvos da operação Tempus Veritatis

Gleisi Hoffmann - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou nesta sexta-feira (16), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por confirmar presença no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista no próximo dia 25.

A dirigente petista ressaltou que Tarcísio não compareceu ao evento que marcou um ano da invasão das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília, mas irá à manifestação "em defesa dos golpistas".

Bolsonaro convocou o ato em SP depois de ter sido um dos alvos da operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) da Polícia Federal na última semana, quando teve que entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado que impediria as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Governador Tarcísio não foi ao ato em defesa da democracia em Brasília, dia 8 de janeiro, contra os golpistas. Mas anunciou rapidinho que vai à Paulista dia 25, no ato em defesa dos golpistas convocado pelo chefe do golpe", escreveu Gleisi na rede social X (antigo Twitter).

A presidente do PT também criticou o fato de Tarcísio ter dito que a manifestação será pacífica, mesma expressão usada por Bolsonaro para convocar o ato. "Estarei na Paulista, realizando um ato pacífico em defesa do nosso Estado Democrático de Direito", declarou o ex-presidente em um vídeo que circulou nas redes sociais na última segunda-feira, 12.

"Não governador, não é uma manifestação pacífica, a última manifestação desse pessoal depredou as sedes dos Três Poderes, que o mundo inteiro assistiu horrorizado. Essa manifestação será um flerte com o golpismo, com o fascismo. É uma afronta à democracia e à Constituição", emendou Gleisi na publicação de hoje.

Nas últimas semanas, Tarcísio vinha se aproximando do governo Lula. "Esse alinhamento é para entregar trabalho para o cidadão", argumentou o governador no último dia 2, ao ser questionado sobre os investimentos conjuntos entre o governo federal e o estadual para a construção do túnel submarino que vai ligar as cidades de Santos e do Guarujá.

"Disputamos as eleições estaduais de 2022 com Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para querer dar um golpe de São Paulo, invadir prédio de São Paulo. É voltar para casa, se preparar e disputar outra vez, e respeitar o direito do exercício da função de quem ganhou as eleições, senão a democracia fica capenga", declarou Lula, no mesmo dia.

Tarcísio chegou a integrar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas depois virou ministro da Infraestrutura da gestão Bolsonaro. Foi eleito governador de SP, em 2022, com o apoio do ex-presidente e hoje é considerado um dos possíveis sucessores de Bolsonaro. O ex-chefe do Planalto está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por ataques às urnas eletrônicas.

Bolsonaro e seu entorno também são suspeitos de ter vendido nos EUA joias e outros presentes que pertenciam à União, de ter atuado na falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro e de ter montado um esquema de espionagem ilegal de adversários políticos por meio de uma Abin paralela, em referência à Agência Brasileira de Inteligência.