BRASIL

Embaixador do Brasil em Israel volta nesta terça-feira (20) a Brasília após ser chamado por Lula

Governo de Tel Aviv declarou o presidente brasileiro como persona non grata

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer - Geraldo Magela/Agência Senado

Um dia depois de ser convocado para uma reunião com autoridades israelenses no Museu do Holocausto, em Jerusalém, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, embarcará, nesta terça-feira, de volta ao Brasil. No último domingo, Lula comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.

O que é uma persona non grata? Lula pode entrar em Israel?
Israel reagiu com duas medidas: além de repreender publicamente o embaixador brasileiro em um local totalmente fora dos padrões, decidiu declarar Lula como persona non grata.

Por determinação de Lula, o chanceler Mauro Vieira chamou o embaixador brasileiro de volta ao Brasil e convocou o chefe da representação de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião no Palácio do Itamaraty, no Rio. As duas medidas, na linguagem diplomática, têm por objetivo demonstrar a insatisfação do governo brasileiro com as autoridades israelenses.
 

A ida de Meyer ao Museu do Holocausto foi considerada um "circo" por diplomatas brasileiros. Embora alguns admitissem que a fala de Lula foi "desastrosa" e se tornou uma "armadilha" para o Brasil, a avaliação no governo Lula é que o incidente acabou beneficiando o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que enfrenta uma crise de popularidade em seu país.

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Kantz, que acompanhou Meyer no museu, escreveu em uma rede social que o local é "o lugar que testemunha mais do que qualquer outra coisa o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus, incluindo membros da minha família". Katz mostrou a Meyer o formulário com os nomes de seus avós, mortos durante a Segunda Guerra Mundial.