BRASIL

Chefe da diplomacia dos EUA chega nesta terça-feira (20) ao Brasil e terá encontro com Lula

Agenda de Antony Blinken prevê participação na reunião de chanceleres do G20

Antony Blinken acena de avião - Evelyn Hockstein/AFP

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, desembarca em Brasília na noite desta terça-feira para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevista para quarta. O encontro acontece em meio à tensão diplomática entre Brasil e Israel após o presidente brasileiro comparar as ações de Israel em Gaza ao extermínio de judeus pela Alemanha nazista.

Segundo a embaixada americana no Brasil, o encontro terá como discussão questões bilaterais e globais. Blinken também participará da reunião de chanceleres do G20, que acontece no Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22.

De acordo com a embaixada, Blinken enfatizará o apoio dos EUA à presidência do Brasil no G20, Também estão na agenda a parceria, lançada no ano passado entre Lula e o presidente americano Joe Biden, pelos direitos dos trabalhadores, a cooperação na transição para a energia limpa e as comemorações do bicentenário das relações diplomáticas entre o Brasil e os EUA.

No Rio, a participação do secretário na reunião de chanceleres visa "engajar" líderes mundiais em iniciativas compartilhadas entre Brasil e EUA, conforme a embaixada. Em nota, a representação dos EUA no Brasil, disse que o objetivo é "aumentar a paz e a estabilidade, promover a inclusão social, reduzir a desigualdade, acabar com a fome, combater a crise climática, promover a transição para a energia limpa e o desenvolvimento sustentável e tornar a governança global mais eficaz".
 

Tensão com Israel
Lula foi declarado persona non grata em Israel nesta segunda-feira, um dia após ter comparado as mortes do povo palestino em Gaza à matança de judeus na Alemanha nazista. Depois da medida do país, Lula chamou de volta ao Brasil o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer.

A desocupação do posto em Tel Aviv indica um agravamento do impasse diplomático entre Brasil e Israel e pode, eventualmente, ser o primeiro passo para o esfriamento ou até o rompimento das relações bilaterais.

A fala de Lula, que também classificou como “genocídio” a guerra em Gaza, foi feita em entrevista a jornalistas na Etiópia no último domingo.

O presidente comparou Gaza com o Holocausto no momento em que criticava países ricos que suspenderam o financiamento à agência da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, na sigla em inglês), após a denúncia do governo israelense de que funcionários do órgão haviam participado do ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro do ano passado.

No sábado, o presidente discursou na sessão de abertura da cúpula da União Africana, e teve reuniões bilaterais com líderes do continente, além do primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. No encontro, ele criticou Israel e o Hamas.