BRASIL

Aliado de Lula, Renan Calheiros convida Mauro Vieira para explicar crise entre Brasil e Israel

Senador chamou chanceler para participar de audiência na Comissão de Relações Exteriores, a qual preside

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve ir à Comissão de Relações Exteriores do Senado prestar esclarecimentos sobre a crise entre Brasil e Israel, na primeira semana de março, segundo o presidente do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

“Convidei o chanceler Mauro Vieira para ir à CRE do Senado debater a crise com Israel, responder indagações e dúvidas. O ministro, como sempre, se prontificou a ir já na primeira semana de março, em virtude das agendas do G-20 e outros compromissos internacionais”, publicou Calheiros nas redes sociais.

O imbróglio teve início no fim de semana, após o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparar os ataques a palestinos na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus, pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Como resposta, o governo israelense declarou Lula persona non grata.

A comparação gerou críticas abertas por parte de integrantes de partidos aliados, dando novos sinais de fissuras entre o governo e siglas da base.

A declaração, dada no último domingo, se juntou a outras recentes do chefe do Executivo que foram mal recebidas, especialmente sobre política externa, em lista de insatisfação que engloba ainda a bancada evangélica, que repudiou a fala.

Oposicionistas apresentaram um pedido de impeachment, que ganhou fôlego também entre integrantes de partidos que ocupam ministérios na Esplanada. Vinte deputados de União Brasil, PP, Republicanos e PSD haviam assinado a peça até a noite de ontem.

Apesar se serem de siglas que têm espaço no governo, com oito ministérios, esses parlamentares se alinham à oposição na hora de votar. Até ontem à tarde, 91 deputados haviam assinado o pedido.

A lista de assinaturas gerou troca de farpas entre a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que iniciou a movimentação por apoios, e a presidente do PT, a também deputada Gleisi Hoffmann (PR). “Golpistas querendo impeachment só pode ser piada”, escreveu a petista em sua conta no X (ex-Twitter). Zambelli, por sua vez, usou as redes para criticar “a democracia relativa de Lula”.