DENGUE

Dengue: agora com SC, saiba os 10 estados e capitais que já decretaram emergência em saúde

Ontem, Rio de Janeiro e Espírito Santo também anunciaram status de emergência por causa da doença

Mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya - NIAID

Nesta quinta-feira, o governo de Santa Catarina decretou estado de emergência em saúde devido ao avanço da dengue. A secretária de Saúde, Carmen Zanotto, destacou que o motivo foi "o aumento de casos em relação ao ano anterior": o estado contabilizou 17.696 registros do doença, um aumento de 650% quando comparado ao ano de 2023.

A medida vale por um período de seis meses, mas pode ser prorrogada. A decisão é reflexo de uma alta nacional que acendido o alerta em diferentes regiões do país. Com Santa Catarina, o número de estados e de capitais que já instauraram o status de emergência devido à alta da arbovirose chegou a 10, segundo levantamento feito pelo Globo. São eles:

Belo Horizonte;

Rio de Janeiro (capital);

Florianópolis;

Minas Gerais;

Acre;

Goiás;

Distrito Federal;

Rio de Janeiro;

Espírito Santo e

Santa Catarina.

Antes do estado catarinense, os últimos locais a anunciarem a medida haviam sido Rio de Janeiro e Espírito Santo, nesta quarta-feira. No Rio, o governo enfatizou que, até o último dia 19, foram 49.405 casos notificados, número que chega próximo aos 51.501 registrados durante todo o ano de 2023.

No Espírito Santo, o governo destacou que o ano passado já havia sido a pior epidemia de dengue registrada na região e que, neste ano, a situação é pior, com o estado registrando a sexta maior incidência da infecção no país. Foi anunciado um repasse de R$ 2 milhões aos municípios capixabas.

O status de emergência, segundo definição do Ministério da Saúde, é “o emprego urgente de medidas de prevenção, de controle e de contenção de riscos, de danos e de agravos à saúde pública em situações que podem ser epidemiológicas (surtos e epidemias), de desastres, ou de desassistência à população”.

A medida é considerada especialmente por diminuir burocracias e permitir uma maior agilidade nas ações voltadas a conter os casos da doença. Na semana passada, por exemplo, o Ministério Saúde anunciou que destinará um montante extra de R$1,5 bilhão às localidades em situação de emergência para o combate à arbovirose.

Antes de Rio, Espírito Santo e Santa Catarina, o último local a ter anunciado o decreto havia sido Belo Horizonte, no sábado. Cerca de 10 dias antes, em 5 de fevereiro, foi a capital fluminense após os casos de 2024 ultrapassarem o total de 2023: segundo o painel do município sobre a dengue, já são 28.372 infecções até agora contra 22.779 contabilizados durante todo o ano passado.

Dois dias antes, em 3 de fevereiro, o governo estadual de Goiás também implementou o cenário de alerta enfatizando que, até aquela data, haviam sido registrados 22.275 casos e duas mortes por dengue, 58% a mais que o identificado no mesmo período de 2023.

Em Minas, o decreto estadual veio no dia 27 de janeiro. Na semana anterior, o governo de Brasília, ao instaurar a emergência, enfatizou que, do dia 1º ao 20 de janeiro, houve um aumento de 646,5% de casos de dengue na região em relação ao mesmo período do ano anterior.

Antes, em 5 de janeiro, o governo do Acre, decretou emergência devido ao aumento de todas as arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e a superlotação das unidades de saúde. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-AC), o atendimento diário era de mais de 600 pessoas com síndromes febris causadas pelas três doenças no estado.

Alta nacional
Ainda no final de 2023, no dia 29 de novembro, a prefeitura de Florianópolis, capital de Santa Catarina, foi a primeira a decretar emergência por já perceber, naquela época, o aumento atípico de casos de dengue. Geralmente, o crescimento da doença ocorre somente a partir de março. Como o texto tem validade de seis meses, o status ainda está valendo.

O Brasil registrou, até a semana que terminou no último dia 17, 688.461 casos prováveis de dengue no ano, número 315% maior que os 165.839 diagnósticos contabilizados no mesmo período de 2023. As informações são do último informe semanal do Ministério da Saúde sobre a doença, publicado na terça-feira à noite.

Também de acordo com o documento, há 122 mortes confirmadas e outras 456 suspeitas em investigação. Há ainda 5.561 casos de dengue grave ou com sinais de alarme.

O número de casos em 2024 chama atenção por, em menos de dois meses, já representar 41,5% de todo o ano de 2023 (1.658.816). O ano passado já foi o segundo pior da série histórica, além de ter sido o mais letal.

Segundo projeções do Ministério, o país deve chegar a inéditas 4,2 milhões de infecções até o fim de 2024. O total representará uma alta de 149% em relação ao ano com mais casos de dengue no Brasil, 2015, quando foram 1.688.688 de infecções.

O informe do Ministério da Saúde mostra uma queda nos novos diagnósticos nas últimas duas semanas analisadas, no entanto a pasta afirma que “isso se deve ao tempo de digitação das informações pelos estados e municípios”. “Os dados serão atualizados nas próximas semanas, conforme atualização dos dados pelas unidades notificadoras”.

O informe destaca ainda que a maior incidência da doença até agora em 2024 é na faixa etária de 20 a 29 anos, mas que a maior proporção de casos graves está concentrada naqueles de 80 anos ou mais – que também registram a maior parcela dos óbitos.

Em relação às regiões, diz que merecem destaque o Distrito Federal e os estados de Minas Gerais, Acre, Paraná, Goiás e Espírito Santo. Os seis concentram as maiores incidência de dengue no país até agora.