Primeira agenda: Boulos exalta marcas de Marta e diz que Nunes é "tchutchuca" de Bolsonaro
Deputado diz que emedebista é "prefeito fantasma", enquanto candidata a vice na chapa do psolista poupou o ex-chefe de críticas
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) usou sua primeira agenda de pré-campanha ao lado de Marta Suplicy (PT) para exaltar marcas da gestão da aliada na cidade e associar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), numa estratégia que tenta repetir a polarização nacional em São Paulo.
Boulos disse que o adversário se comporta como “tchutchuca” de Bolsonaro e que a eleição na capital paulista será a disputa “do time de Lula contra o time do inelegível”, se referindo a Jair Bolsonaro.
— De um lado, vai estar o companheiro que foi o melhor presidente que esse país já teve — afirmou Boulos. — Do outro, o candidato apoiado pelo pior presidente do país, que trabalhou contra a vacina, que não gosta de gente, não respeita as pessoas e só sabe difundir intolerância e ódio.
O pré-candidato do PSOL ainda chamou Ricardo Nunes de “prefeito fantasma” e acusou o adversário de não trabalhar em parceria com o governo federal e atrasar, por “razão política-eleitoral”, a aprovação do alvará para a construção de uma universidade federal em Itaquera, anunciada por Lula no ano passado.
Boulos e Marta escolheram Parelheiros para a estreia da chapa. O bairro do extremo Sul de São Paulo é tido como reduto eleitoral da ex-prefeita. Para se ter ideia, nas eleições de 2016, o então tucano João Doria venceu em todos os distritos da cidade, menos no Grajaú e em Parelheiros, onde Marta saiu vitoriosa.
Pela manhã, os dois visitam a aldeia Tenondé Porã e, depois, caminharam pelo comércio local. Pouco depois do meio-dia, plantaram uma muda de cambuci e encerram a agenda com uma plenária que reuniu apoiadores e lideranças do PT e do PSOL.
Em seu discurso, que durou cerca de 15 minutos, o líder sem-teto fez questão de citar legados da gestão Marta, como os CEUs, o Bilhete Único e os corredores de ônibus.
— Estamos falando de uma gestão que aconteceu há 20 anos e deixou marcas— defendeu Boulos.
Marta, por sua vez, não deu entrevista e fez uma fala breve, de pouco mais de três minutos, em que disse estar de "coração" na campanha de Boulos. Diferente do aliado, ela não apostou em ataques contra Nunes, de quem foi secretária até o mês passado, e se restringiu a dizer que Boulos tem uma preocupação com as pessoas que mais precisam e que fica “tranquila e contente” de estar com ele.