CASO DANIEL ALVES

Entenda por que São Paulo continuará pagando Daniel Alves, condenado a quatro anos de prisão

Tricolor possui um acordo para quitar R$ 24 milhões com o ex-jogador, que atou no Morumbi por dois anos

Daniel Alves com a camisa do São Paulo, em 2019 - Martin Mejia/POOL/AFP

Condenado a quatro anos e meio de prisão por estuprar uma mulher no banheiro de uma boate em Barcelona, Daniel Alves está preso preventivamente na Espanha desde o início de 2023, mas nunca parou de receber valores do São Paulo neste período. Isso porque o clube paulista, onde ele atuou entre 2019 e 2021, segue lhe devendo valores relacionados à rescisão de contrato.

Quando acertou a saída do Morumbi, em setembro de 2021, o acordo feito entre as partes previa que o clube devia R$ 24 milhões a Daniel. O valor foi então dividido em 60 parcelas de R$ 400 mil. Assim, a dívida começou a ser paga em janeiro de 2022, e só será quitada ao final de 2026, o que independe da situação judicial do ex-lateral de 40 anos.

Enquanto esse acordo ainda se desenhava e ele estava jogando pelo tricolor, chegou a acionar um órgão da CBF, o que colocou o clube em risco de perder pontos. Portanto, caso volte a não pagar o antigo funcionário, ainda poderá se prejudicar.

No ano passado, Dinorah Santana, ex-mulher do brasileiro e mãe de dois filhos (Daniel e Vitória), moveu uma ação por não pagamento de pensão alimentícia. Através disto, conseguiu bloquear cerca de R$ 7 milhões das contas bancárias de Daniel Alves, além de 30% do valor que ele recebe do São Paulo pelo acordo realizado.
 

Contratação frustrante
O salário de Daniel no Morumbi era de cerca de R$ 1,5 milhão por mês, e o contrato original duraria até o final de 2022. Com a decisão, a gestão do presidente Julio Casares, que pagou os direitos trabalhistas, projetou gastar cerca de R$ 27 milhões a menos. No entanto, sua contratação havia sido na gestão de Leco, o antecessor no cargo.

Havia a promessa de que investidores privados ajudariam o tricolor a pagar os vencimento do jogador, mas isso nunca aconteceu. No mais, sua passagem pelo São Paulo, onde foi apresentado com direito a 40 mil pessoas no estádio tricolor, foi marcada por decepção em campo.

Ao assumir no início de 2021, Casares herdou uma série de salários atrasados — que chegavam a R$ 18 milhões — e fez o acordo em questão, para que diminuísse o prejuízo a longo prazo. Ao voltar das Olimpíadas de Tóquio, ele até se recusou a entrar em campo.

Naquele momento, Daniel ficou livre no mercado e acertou um retorno ao Barcelona. Na época do estupro pelo qual foi condenado, no final de 2022, ele defendia o Pumas, do México.