Júri de NY considera ex-chefe de lobby das armas responsável de corrupção
LaPierre, que já devolveu um milhão de dólares (R$ 4,98 milhões), disse em janeiro que renunciaria como presidente da NRA por motivos de saúde
Um júri de Nova York considerou, nesta sexta-feira (23), o ex-diretor da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), Wayne LaPierre, responsável de dirigir de maneira corrupta a organização, informou a imprensa americana.
O júri também determinou que LaPierre, acusado em uma ação civil de usar a NRA, o principal grupo lobista da indústria de armas nos Estados Unidos, como seu "cofre pessoal", causou um prejuízo de 5,4 milhões de dólares (R$ 26,9 milhões, na cotação atual) à organização por sua má conduta.
LaPierre, que já devolveu um milhão de dólares (R$ 4,98 milhões), disse em janeiro que renunciaria como presidente da NRA por motivos de saúde, que ele não especificou.
A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, apresentou uma demanda contra LaPierre e os principais líderes da NRA em agosto de 2020, o que derivou no veredicto desta sexta.
Fundada há 150 anos, a NRA é a principal promotora do direito de portar armas nos Estados Unidos e, desde a década de 1970, se concentra na luta contra qualquer limitação a esse direito, consagrado na Constituição do país.
Apesar de haver mais armas do que pessoas nos Estados Unidos, as pesquisas têm mostrado reiteradas vezes que a maioria dos americanos deseja maior controle sobre o acesso e o porte, em um país onde os ataques de atiradores são frequentes.
Os políticos, no entanto, têm fracassado repetidamente em suas tentativas de reformar a legislação sobre armas.
Entre 2000 e 2012, a NRA e seus aliados na indústria de armas se uniram para investir 80 milhões de dólares (R$ 398,7 milhões, na cotação atual) nas eleições presidenciais e para o Congresso dos Estados Unidos, segundo uma análise do Center for Responsive Politics.
Nas eleições presidenciais de 2016, a NRA gastou cerca de 20 milhões de dólares (quase R$ 100 milhões na cotação atual) em anúncios que atacavam a democrata Hillary Clinton, e outros 10 milhões de dólares (quase R$ 50 milhões) em anúncios de apoio ao republicano Donald Trump.