Werner Herzog diz que só conseguiu assistir a meia-hora de "Barbie": "Próximo do inferno"
Lendário cineasta alemão, porém, adiantou que ainda pretende terminar de ver o filme de Greta Gerwig
O alemão Werner Herzog enfrentou meses de filmagem na selva peruana para produzir "Fitzcarraldo". Teve paciência para lidar durante anos com as loucuras do ator Klaus Kinski, que o ameaçou de morte. Já até tomou um tiro de uma espingarda de pressão no abdômen enquanto dava uma entrevista para a BBC. Nada disso parece ter tido mais impacto no lendário diretor do que os primeiros 30 minutos do filme "Barbie".
Em entrevista ao talk show "Uncensored", do apresentador de TV Piers Morgan, Herzog disse que estava "curioso" para assistir à comédia de Greta Gerwig.
"Consegui ver a primeira meia hora", confidenciou o cineasta. “Fiquei curioso e quis assistir porque estava curioso. E ainda não tenho uma resposta, mas tenho uma suspeita – será que o mundo da Barbie é um inferno? Por um ingresso de cinema, como público, você pode testemunhar o inferno, o mais próximo possível.”
Pela resposta, não está claro se Herzog gostou ou não do filme. Ao que parece, ele apenas comparou o mundo de Barbie, onde vive a personagem interpretada por Margot Robbie, ao "puro inferno". Ele afirmou que pretende assistir outra vez o longa, dessa vez até o fim.
“Ainda não sei, Piers Morgan, dê-me um momento para assistir a tudo”, acrescentou. “Eu tenho que assistir tudo primeiro.”
Na entrevista, Herzog também disse que ainda pretende assistir "Oppenheimer", o longa de Christopher Nolan sobre a criação da bomba atômica.
Herzog não foi o único diretor veterano a opinar sobre "Barbie". Antigos comentários de Oliver Stone, conhecido por filmes como "Platoon" e "JFK", voltaram a circular nas redes sociais. No ano passado, ele disse ao jornal britânico City A.M. que o ator Ryan Gosling estava perdendo "o seu tempo fazendo essa merda por dinheiro”:
“Ele deveria estar fazendo filmes mais sérios. Ele não deveria fazer parte dessa infantilização de Hollywood. Agora é tudo fantasia, fantasia, fantasia, incluindo todas as imagens de guerra: fantasia, fantasia.”
Diante da repercussão, Stone se desculpou nas redes sociais, justificando que tinha "pouco ou nenhum conhecimento" do filme "Barbie" quando fez os comentários. O diretor ainda disse que assistiu ao filme e o “apreciou sua originalidade e seus temas”.