Com 'Maré Vermelha' e alerta da CPRH, movimentação diminui na Praia de Boa Viagem
Acúmulo de algas com toxinas foi detectado no litoral recifense
Após a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) aconselhar que a população evitasse o banho de mar no litoral de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, pela presença do fenômeno denominado como ‘Maré Vermelha’, o movimento está abaixo do normal, neste domingo (25).
Os banhistas têm evitado o banho justamente por causa do aviso. Contudo, ainda é possível ver pessoas na superfície do mar andando ou apenas lavando pés e mãos.
Em Pernambuco, até 4 de fevereiro, as praias de Tamandaré e de Maracaípe, no Litoral Sul, registraram o fenômeno, que provocou intoxicação em pelo menos 338 pessoas, que buscaram atendimento médico após tomar banho nos locais, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
A CPRH informou que, na última terça-feira (20), tomou ciência sobre o aparecimento de manchas da cor barrenta na água na Praia de Boa Viagem e enviou técnicos da agência para coletar amostras para análise laboratorial.
Na altura do Edifício Equinócio, nas proximidades do Parque Dona Lindu, um cheiro forte assusta parte dos banhistas. O comerciante Rafael Almeida, de 30 anos, está em alerta e pede uma fiscalização maior no trecho.
“É um cheiro esquisito que a gente, como cidadão, não conhece e acaba ficando na dúvida. Cabe aos órgãos competentes fazerem um trabalho de conscientização para que, se não for possível a população vir à praia, não venha. Ficar na dúvida é ruim para a gente. Ficamos de mãos atadas com essa ‘novidade’”, pontuou ele.
No mesmo ponto, a jornalista e atriz Agnes Vitoriano, de 25 anos, aproveitou para curtir a praia com os amigos, Tiago e Gabriele. Ela também optou por manter a distancia da água. A finalidade dela é apenas colocar o bronze em dia e desfrutar de bons papos frente ao mar.
“Eu já sabia disso porque tenho o costume de ler muitas notícias. Eu nem entrei na água, só estou aqui com o protetor solar, porque não quero ter efeitos colaterais. Fazia um tempo que eu não vinha na praia e, por causa da ‘Maré Vermelha’, eu vim com cuidados redobrados. Não chego nem perto da água”, garantiu ela.
A maré vermelha é causada pelo acúmulo de microalgas, que, quando recebem cargas excessivas de nutrientes, formam grandes populações e, durante o metabolismo, liberam toxinas que ficam na água e, às vezes, vão até para a atmosfera, podendo ser inaladas por quem está na parte costeira. O fenômeno ocorre principalmente em período de altas temperaturas.Entre os principais sintomas apresentados após contato direto ou indireto com a água, estão mal-estar, dor de cabeça e no corpo, vômitos, além de irritação na pele, olhos e garganta.
Mesmo sabendo disso, o empresário José Carlos, de 70 anos, não se assusta, mas também não se aproxima da água. Ele está altura do edifício Acaiaca com a esposa Fábia Angélica. O casal é de Goiás e vem a Pernambuco durante as férias.
“Eu já visualizei as manchas. A gente sempre tem que ter o máximo de precaução. Além das manchas, temos também os tubarões, o mar aberto e as correntezas. Este é mais um fenômeno da natureza. Quem tem que tomar cuidado somos nós”, explicou ele.
A orientação da CPRH é que, em caso de contato com a água e surgimento de sintomas, procurar uma unidade de saúde mais próxima.