POLÊMICA

Blinken cita 'divergência real' por fala de Lula sobre Israel, mas destaca aliança

"Para nós, como eu disse, está muito claro que não há comparação possível", afirmou Blinken durante entrevista à repórter Raquel Krahenbuhl, da TV Globo.

Blinken disse que tem foco tanto no sofrimento das vítimas israelenses do ataque de outubro quanto dos palestinos pegos no meio do confronto com o Hamas - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que há "uma divergência real" entre os Estados Unidos e a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que comparou o que ocorria com os palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto contra os judeus na Segunda Guerra. "Para nós, como eu disse, está muito claro que não há comparação possível", afirmou Blinken. A declaração foi dada durante entrevista à repórter Raquel Krahenbuhl, da TV Globo, que teve o texto divulgado pelo Departamento do Estado na noite deste domingo, 25

Na entrevista concedida no Rio, Blinken enfatiza a amizade e a agenda compartilhada entre os dois países. Apesar de dizer que discordava da comparação, a autoridade americana comentou que Lula "estava motivado pelo sofrimento das pessoas, e ele quer ver o fim disso. Como nós queremos".

"Nós queremos ver o fim do conflito em Gaza o mais rápido possível", afirmou. E também acrescentou que os EUA desejam que nunca ocorra de novo "algo tão inimaginavelmente horrível como o que ocorreu em 7 de outubro", quando o Hamas atacou civis em território israelense. "Então isso significa encerrar o conflito em Gaza e também encontrar um caminho por um futuro melhor - para uma paz durável, segurança duradoura tanto para israelenses quanto para palestinos".


Blinken disse que tem foco tanto no sofrimento das vítimas israelenses do ataque de outubro quanto dos palestinos pegos no meio do confronto com o Hamas.

Na entrevista, o secretário de Estado disse que os EUA compartilham com o Brasil a visão de que é necessário haver reformas, para atualizar instituições internacionais. Ele lembrou que Washington apoia a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com cadeiras permanentes e temporárias, para incluir a América Latina e a África. A negociação sobre nomes específicos, porém, precisa ser trabalhada e também envolve nações de cada uma das diferentes regiões, avaliou.