Bloco Batutas de São José se torna Patrimônio Cultural Imaterial do Recife; confira
A Noite dos Tambores Silenciosos também ganhou o título durante a reunião ordinária da Câmara Municipal, nesta segunda (26)
''Ai, meu bem sem você não há Carnaval'', o hino que ecoa na Cidade durante o reinado de Momo é uma das composições de João Santiago dos Reis para narrar a história de um dos mais célebres e tradicionais blocos carnavalescos, o Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José, que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial do Recife, nesta segunda-feira (26).
O projeto de Lei Ordinária N° 266/2023, aprovado na Câmara Municipal do Recife, é de autoria da vereadora Aline Mariano (PP), como forma de homenagear o mais antigo bloco carnavalesco da Capital que reúne foliões desde 1932, quando foi fundado no Pátio de São Pedro, no bairro de São José, a partir de uma divisão do Batutas da Boa Vista.
Já reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco, em Paris (França) e também em âmbito estadual, o pertencimento e identificação do Batutas são expressados nos versos da clássica composição de João Santiago, ''Hino dos Batutas de São José''. ''Batutas tem atração que ninguém pode resistir''ou ''Ai, meu bem sem você não há Carnaval, vamos cair no passo e a vida gozar''.
Outras canções de sua autoria, como ''Edite No Cordão'', ''A Vitória É Nossa'' e ''Reminiscência'' são símbolos dos foliões que erguem as batutas durante o Carnaval.
Também na reunião ordinária desta segunda (26), a Noite dos Tambores Silenciosos teve a aprovação dos vereadores, no projeto de Lei Ordinária N° 267/2023 - também de autoria da vereadora Aline Mariano -, se tornando Patrimônio Cultural Imaterial do Recife.
O desfile celebra a ancestralidade, por meio da participação de diferentes nações de maracatu que se apresentam em memória dos escravizados africanos que sofreram no Brasil.
A Noite dos Tambores Silenciosos é uma importante cerimônia de sincretismo religioso realizada durante o Carnaval do Recife para louvar a Virgem do Rosário, padroeira dos negros.
Os intérpretes do rei e rainha protagonizam a apresentação ao lado do estandarte e dos batuqueiros que agitam a multidão com convergência de instrumentos, com destaque para o tambor pela função mágica nas religiões de matrizes africanas.
O término da noite acontece à meia-noite, momento marcado pelo silêncio que é rompido pelos tambores, que voltam a ecoar na cerimônia com louvor à rainha dos negros, Nossa Senhora do Rosário e aos orixás.