Yellen diz que acordo do G7 para destinar ativos russos à Ucrânia é 'urgente'
Dois anos depois da invasão russa, os países ocidentais encontram dificuldades para manter o fornecimento de recursos à Ucrânia
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou nesta terça-feira(27) em São Paulo que é "urgente" que o G7 alcance um acordo para redirecionar à Ucrânia os lucros de ativos russos congelados.
Estados Unidos e Europa multiplicaram os pedidos para a criação de um fundo com os bilhões de dólares em contas bancárias, investimentos e outros ativos congelados pelo Ocidente após a invasão russa lançada em fevereiro de 2022.
"É necessário e urgente que nossa coalizão encontre uma maneira de desbloquear o valor destes ativos congelados para apoiar a resistência contínua e a reconstrução a longo prazo da Ucrânia", disse Yellen a jornalistas em São Paulo, onde participará de uma reunião de ministros das Finanças do G20 na quarta e quinta-feira.
"Há fortes argumentos de direito internacional, econômicos e morais para avançar nisso. Seria uma resposta decisiva à ameaça sem precedentes da Rússia à estabilidade mundial. Deixaria claro que a Rússia não pode vencer prolongando a guerra e a motivaria a sentar à mesa e negociar por uma paz justa com a Ucrânia".
Yellen exortou a uma ação conjunta do G7 -Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia- após avaliar os riscos, como uma instabilidade financeira.
"O G7 deve trabalhar conjuntamente para explorar uma série de enfoques: embargar propriamente os ativos, utilizá-los como garantia para pedir empréstimos aos mercados mundiais", afirmou.
Funcionários do G7 afirmaram que o grupo se reunirá em paralelo ao evento em São Paulo para debater o apoio à Ucrânia.
Dois anos depois da invasão russa, os países ocidentais têm cada vez mais dificuldades para manter o fornecimento de recursos e armas à Ucrânia, que advertiu que necessita desesperadamente de mais ajuda.
O Ocidente congelou aproximadamente cerca de 397 bilhões de dólares (1,97 trilhão de reais na cotação atual) da Rússia, que vão desde ativos do banco central a iates, propriedades imobiliárias e outros bens de oligarcas próximos ao presidente Vladimir Putin.