impeachment

Governo produz revide em cargos e emendas para signatários do pedido de impeachment contra Lula

Petistas também pretendem fazer um apelo para retirada das assinaturas desses congressistas do requerimento

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil - Ricardo Stuckert/PR

O governo prepara retaliação aos deputados de partidos da base de apoio que assinaram o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protocolado na Câmara na semana passada. Para o revide, petistas apontam que poderiam prejudicar o repasse de emendas e suspender indicações feitas por esses parlamentares a cargos regionais. Também pretendem fazer um apelo para retirada das assinaturas desses congressistas do requerimento.

O posicionamento foi sinalizado pelo líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), em um encontro que reuniu o líder do PSB, Gervásio Maia (PB), e o do PSD, Antônio Britto (BA).

Cinco deputados da legenda de Britto assinaram o requerimento, de autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP). São eles: Sargento Fahur (PR), Ismael (SC), Reinhold Stephanes (PR), Darci de Matos (SC) e Stefano Aguiar (MG).

O PSD tem ministérios (Agricultura, Pesca e Minas e Energia) no governo Lula e, ainda assim, teve deputados que aderiram ao impeachment de Lula, pedido em razão das declarações do presidente, que comparou a ofensiva de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto.

Há também signatários do União Brasil, do Republicanos e do PP, que comandam pastas na Esplanada.

No entendimento dos parlamentares na reunião, não há razão para deputados que são da base do governo aderirem a um pedido de impeachment. Uma lista de todos os parlamentares da base governista está pronta.

"Formou-se um consenso entre nós de que é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment", escreveu Guimarães no X (ex-Twitter). "Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências."

O pedido de impeachment feito por Zambelli foi protocolado com 139 assinaturas, com mais cinco aditamentos a serem protocolados Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir dar abertura ao pedido ou não. Ele pode arquivar a proposta ou mantê-la na gaveta, já que não há um prazo determinado para avaliação.

Como mostrou o Estadão, parlamentares e lideranças do Centrão creem que a proposta não deve prosperar. O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA) por exemplo, é um dos que minimizam. Para ele, trata-se de um "factoide".