CONFLITO

Mais de 67 mil deslocados em Moçambique devido a ataques jihadistas

Região é vítima de violência por parte de grupos liderados por jihadistas desde 2017

Deslocados da província de Cabo Delgado reúnem-se para receber ajuda humanitária do Programa Alimentar Mundial - Alfredo Zuniga/AFP

Mais de 67 mil pessoas foram forçadas a abandonar suas casas devido a uma onda de ataques jihadistas no norte de Moçambique, informou o Governo nesta terça-feira (27).

"Estamos falando de cerca de 67.321 pessoas deslocadas" na província de Cabo Delgado, disse o porta-voz do governo, Filimao Suaze, em coletiva de imprensa na capital, Maputo.

No entanto, o Governo não acredita que haja as condições necessárias para declarar estado de emergência na província.

Um nova explosão de violência afeta o norte de Moçambique há duas semanas, segundo fontes locais e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), uma agência da ONU.

A OIM estima em 71.681 o número de deslocados que fugiram dos ataques em Macomia, Chiure, Mecufi, Mocímboa da Praia e Muidumbe entre 22 de dezembro e 25 de fevereiro.

Desde 2017, esta província rica em gás no norte do país, uma ex-colônia portuguesa, tem sido vítima de violência por parte de grupos insurgentes liderados por jihadistas vinculados ao grupo Estado Islâmico (EI).

Com a ajuda de milhares de soldados dos países vizinhos e de Ruanda, o governo recuperou o controle de grande parte da província, mas os ataques jihadistas continuam.

Quase 5.000 pessoas morreram e um milhão foram deslocadas desde o início da insurgência em Cabo Delgado.