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Ministro de Exteriores palestino acredita que Hamas aceitará novo governo 'tecnocrático'

Formato iria substituir um governo de coalizão incluindo o movimento islamista

O ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki - Fabrice Coffrini/AFP

O ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki, disse nesta quarta-feira(28) que acredita na possibilidade de o Hamas aceitar um novo governo "tecnocrático" nos territórios palestinos, em vez de uma coalizão que inclua o movimento islamista.

"Agora não é o momento para um governo de coalizão nacional", disse Maliki em uma conferência de imprensa em Genebra.

"Agora não é o momento para um governo do qual o Hamas faça parte porque, neste caso, será boicotado por vários países, como aconteceu antes", disse à associação de correspondentes da ONU.

"Não queremos estar em uma situação como esta. Queremos ser aceitos e nos comprometer plenamente com a comunidade internacional", acrescentou.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, anunciou na segunda-feira a demissão do seu Executivo, que governa partes da Cisjordânia, território ocupado por Israel, e justificou a decisão pela necessidade de mudança quando terminar a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Segundo Maliki, a prioridade agora é envolver a comunidade internacional na prestação de ajuda de emergência aos palestinos e depois estudar como Gaza pode ser reconstruída.

"A primeira coisa é saber como salvar a situação, como salvar vidas inocentes de palestinos, como parar esta guerra sem sentido e como proteger o povo palestino", disse ele.

"Por isso, acho que o Hamas deve entender isso e acho que apoiariam a ideia de estabelecer um governo tecnocrata", acrescentou.

A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram cerca de 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, das quais 130 ainda estão em cativeiro, segundo uma estimativa baseada em dados oficiais israelenses.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre para "aniquilar" o Hamas, na qual morreram quase 30 mil habitantes de Gaza, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo movimento islamista.