AÉREA

Com dificuldades de caixa, Gol pede a credores US$ 1 bilhão para consertar aviões parados

Empresa tem atualmente pelo menos 20 de sua frota de 140 aeronaves paralisadas

Gol - Reprodução/ Facebook

A Gol, companhia aérea brasileira em dificuldades, está pedindo dinheiro novo aos arrendadores de seus aviões para ajudar a financiar reparos nos motores dessas aeronaves, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

A empresa tem atualmente pelo menos 20 de sua frota de 140 aeronaves paralisadas devido a motores precisando de conserto, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são confidenciais. A conta para a revisão dos motores dos aviões parados, bem como de outras aeronaves de sua frota, é estimada em cerca de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em três anos, disse uma das pessoas.

A companhia aérea brasileira entrou com pedido de recuperação judicial em Nova York no final do mês passado, em uma tentativa de reorganizar sua dívida. Em dezembro de 2023, a Gol tinha US$ 8,3 bilhões em passivos totais e US$ 4,2 bilhões em dívidas financeiras, incluindo obrigações de leasing, dos quais US$ 2,1 bilhões possuem garantias, de acordo com a Moody’s.

Parte da reforma nas aeronaves será financiada por meio do chamado empréstimo DIP (debtor-in-possession) de US$ 950 milhões - modalidade de financiamento para empresa que se encontra em processo de Recuperação Judicial para suprir a falta de fluxo de caixa . Ao mesmo tempo, a companhia aérea busca ajuda dos arrendadores para pagar a maior parte da conta, disseram as pessoas.

A empresa também está pedindo aos arrendadores que concordem em trocar dívida antiga por capital, disseram .

As negociações ainda estão em seus estágios iniciais, mas os arrendadores estão inclinados a trabalhar com a Gol, pois enfrentam a perspectiva de terem que pagar sozinhos por toda a reforma e não receber o dinheiro investido de volta, disseram as pessoas.

Os juízes da recuperação judicial também podem estar inclinados a não permitir o retorno de aeronaves mais novas e operacionais, uma vez que a Gol precisaria delas para a sua reestruturação.

A empresa obteve US$ 950 milhões em um financiamento DIP para continuar operando durante o processo de reorganização, concedido pelos credores de sua controladora Abra, incluindo fundos como o Elliott.

A Gol continuará renovando sua frota, devolvendo aeronaves mais antigas que estão paralisadas e recebendo aeronaves de nova geração, disse a Moody’s. A companhia aérea manterá o cronograma de recebimento de novas aeronaves atrasadas em 2023 e com entrega prevista para 2024.