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Ex-embaixador dos EUA acusado de ser agente cubano vai se declarar culpado

Em 12 de abril, ele admitirá oficialmente sua culpa perante a juíza Beth Bloom

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Um ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, acusado em dezembro de ter sido agente de Cuba por quatro décadas, indicou, nesta quinta-feira (29), sua intenção de se declarar culpado desses fatos, segundo documentos judiciais.

Víctor Manuel Rocha, que havia se declarado inocente neste caso há apenas 15 dias, anunciou que mudaria sua declaração durante uma audiência realizada à tarde em um tribunal federal em Miami, Flórida.

Em 12 de abril, ele admitirá oficialmente sua culpa perante a juíza Beth Bloom, que então lhe comunicará sua sentença.

O trabalho de Rocha foi "uma das infiltrações mais amplas e duradouras no governo dos Estados Unidos por parte de um agente estrangeiro", disse o procurador-geral Merrick B. Garland em um comunicado publicado em dezembro, após a prisão do suposto espião.

Segundo a denúncia, Rocha, um americano de 73 anos nascido na Colômbia, "secretamente apoiou a República de Cuba e sua missão clandestina de coleta de informações de inteligência contra os Estados Unidos" desde cerca de 1981 até sua detenção.

Para ajudar o governo comunista de Cuba, inimigo declarado de Washington, o acusado conseguiu um emprego no Departamento de Estado entre 1981 e 2002.

Lá, ocupou cargos que lhe deram acesso a informações não públicas de alto nível, bem como a capacidade de influenciar a política externa dos Estados Unidos, de acordo com o procurador-geral.

Entre 1999 e meados de 2002, ele foi embaixador dos Estados Unidos em La Paz, onde causou grande polêmica ao ameaçar retirar a ajuda americana à guerra boliviana contra as drogas se o esquerdista e ex-sindicalista "cocalero" Evo Morales vencesse as eleições.

Rocha admitiu ter trabalhado para Cuba por "40 anos" em várias reuniões realizadas em 2022 e 2023 com um agente secreto do FBI que se passava por representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba.

A Promotoria o acusa de conspirar para agir como agente de um governo estrangeiro; agir como agente de um governo estrangeiro sem o consentimento prévio de sua administração; e usar um passaporte americano obtido por meio de declarações falsas.

Vários casos de espionagem têm manchado as relações entre Estados Unidos e Cuba, que estão em conflito desde a revolução comunista na ilha em 1959, durante a Guerra Fria.